Blogueiro bolsonarista é favorito a assumir Secom caso Wajngarten seja demitido

Allan dos Santos, o "Allan Terça Livre", é o principal candidato para assumir a chefia da Secretária de Comunicações da Presidência


Blogueiro pode assumir chefia da Secom caso Wajngarten seja demitido.
Foto: Divulgação
Blogueiro pode assumir chefia da Secom caso Wajngarten seja demitido.

O blogueiro Allan dos Santos, o “ Allan Terça Livre ”, está na berlinda. Apoiador intransigente de Bolsonaro, é cotado para a chefia da Secretaria de Comunicações da Presidência (Secom), caso Fábio Wajngarten caia mesmo, em razão do seu inegável conflito de interesses no cargo. Apadrinhado por Carlos Bolsonaro, o Carluxo, Allan está lucrando alto por esse apoio. Na edição da semana passada, ISTOÉ mostrou que o blogueiro recebe R$ 100 mil da Secom para defender o presidente. Ele negou, mas esta coluna apurou que Allan está se dando muito bem. Acaba de alugar uma mansão no Lago Sul de Brasília, na chiquérrima SHIS, Qi 19, usada também em algumas transmissões de seu blog. Corretores de imóveis dizem que o aluguel de uma casa nessa rua custa de R$ 10 mil a R$ 30 mil.

Leia também: Indígenas acusam empresa de derrubar 4 mil árvores em construção em São Paulo

Garagem

Antes de Bolsonaro assumir, e de Wajngarten lhe destinar verbas da Secom, Allan trabalhava em um estúdio na garagem de uma casa em Porto Alegre. Quem descobriu o seu novo paradeiro em Brasília foi Gustavo Bebianno, ex-ministro da Secretaria-Geral, que anexou o endereço ao processo que move contra o blogueiro.

Difamação

Bebianno, que foi demitido por Bolsonaro a pedido de Carluxo, está processando Allan por calúnia e difamação. O blogueiro teria dito que o ex-ministro era a segunda alma mais honesta do Brasil, depois de Lula . Bebianno sentiu-se ofendido e abriu a queixa criminal contra o blogueiro, que agora vive a fugir do oficial de Justiça.

Tiro pela culatra

O ex-deputado Alberto Fraga, da bancada da bala, não perdeu tempo em detonar o ministro Moro logo que surgiu a possibilidade de o presidente recriar o Ministério da Segurança. Queria a boquinha, mas teria poucas chances. Esquece-se de que é acusado de receber propina quando foi secretário do ex-governador José Roberto Arruda (DF). É certo que foi absolvido em 2019, mas ainda cabe recurso do MPF.

Leia também: Homens pretos e pardos são maioria dos moradores de rua de São Paulo

Rápidas

  • A situação de Fábio Wajngarten só piora. O MPF pediu que a PF abra inquérito criminal contra ele por corrupção passiva e peculato, crimes que podem lhe render até 12 anos de prisão. Todo mundo vê que o chefe da Secom meteu os pés pelas mãos, menos Bolsonaro.

  • Jane Silva, a nova número dois da Cultura, gravou um vídeo defronte à Embaixada da Palestina, em Brasília, dizendo que ela foi financiada pelo governo Lula e que de lá partem atentados terroristas. Discriminação pura.

  • Moro ameaçou mesmo deixar o governo caso Bolsonaro dividisse seu ministério em dois. Mas, quando o presidente voltou atrás, ele ficou aliviado. Não queria ter de antecipar os planos que tem para o futuro: estudar nos EUA.

  • Depois de reformar o Museu do Ipiranga com recursos da iniciativa privada, agora o governador Doria quer adotar o mesmo modelo para renovar a Pinacoteca do Estado: serão gastos R$ 80 milhões na sua remodelação.

Retrato falado

O ministro Paulo Guedes não sossega enquanto não emplacar aumento de impostos. Em Davos, propôs o aumento na carga tributária das bebidas, cigarros e açucarados que fazem mal à saúde. Mas o próprio presidente Bolsonaro, na Índia, descartou a ideia. Ele disse que “a alegria do povo já é tão pouca” e que o governo não taxará a cervejinha. “Ô Paulo Guedes, te sigo 99%, mas aumento para a cerveja, não!” Qual a parte que Guedes não entendeu?

Vidraça

A atriz Regina Duarte ainda nem estava confirmada no cargo quando começaram a chover informações detonando sua indicação, possivelmente vazadas por gente do próprio governo que não quer vê-la como secretária de Cultura. Primeiro, foi o fato de ela ter usado R$ 1,4 milhão de recursos da Lei Rouanet para projetos de sua produtora, dos quais R$ 321 mil captados irregularmente para a peça “Coração bazar”. Desse total, ela tem que devolver R$ 319,6 mil aos cofres públicos. E agora sabe-se que recebe R$ 6.843,34 da União como aposentadoria especial devido à morte do pai, o tenente do Exército Jesus Nunes Duarte. Nada ilegal, mas a colocam no olho do furacão.

Você viu?

Jogo sujo

Um de seus maiores amigos, o ator Antonio Fagundes, bem que avisou, em entrevista ao Globo: “Tenho pena de artista que entra nessa jogada. O jogo sujo da política só pode trazer coisa ruim”. Ele acha que Regina Duarte não conseguirá gerir um setor para o qual o governo só destina 0,6% do Orçamento da União.

Toma lá dá cá

Foto: Agência Senado
Alvaro Dias espera que a votação sobre o fim do foro privilegiado ocorra.

A Câmara promete votar o seu projeto aprovado no Senado que prevê o fim do foro privilegiado. Agora vai?

É mais uma promessa. Já tivemos várias. Espero que, desta feita, a votação ocorra.

O seu projeto prevê que apenas o presidente, vice e os presidentes da Câmara, Senado e STF terão o foro privilegiado?

Com o fim do foro privilegiado, daremos um salto civilizatório e um passo importante na direção da nova Justiça, onde seremos iguais perante a lei.

A Câmara quer que os parlamentares mantenham alguns privilégios?

A emenda na Câmara prevê que o juiz de primeira instância não poderá decretar, por exemplo, prisão preventiva ou temporária de autoridades. Se isso acontecer, não seremos iguais perante a lei.

Mello deixa STF

Foto: Nelson Jr./SCO/STF
Celso de Mello estará de licença a partir do dia 19 de março e pode não voltar ao STF.

O STF vai ficar um bom tempo só com dez ministros. É que Celso de Mello estará de licença médica até o próximo dia 19 de março, em função de uma cirurgia no quadril feita na semana passada no Hospital Sírio Libanês. Pode ser que nem volte mais. Em novembro, quando completará 75 anos, vai se aposentar e Bolsonaro indicará outro para seu lugar.

Jorginho na vaga?

Os que querem Moro no STF podem se surpreender. Bolsonaro está disposto a indicar o nome de Jorge Oliveira, atual ministro da Secretaria-Geral da Presidência, para o lugar de Mello, “traindo” o compromisso assumido com o ministro da Justiça. Jorginho, como é chamado pelo presidente, tem OAB desde 2013 e só apresentou 7 processos à Justiça.

Leia também: Conheça o parque de São Paulo que é oito vezes maior que o Ibirapuera

Vou de táxi


Foto:
'Não sei se quero minha família nessa confusão', disse Angélica sobre a possível candidatura de seu marido.




Luciano Huck
disse em Davos que ainda não sabe se será candidato a presidente, mas se depender de sua mulher, a apresentadora Angélica, a ideia não vai longe. Ela acaba de acertar um contrato para fazer um novo programa na Globo e recentemente declarou: “Não sei se quero minha família nessa confusão”.