Depois de recuar da possibilidade de recriar a pasta da Segurança Pública, que implicaria no desmembramento do Ministério da Justiça , comandado por Sergio Moro , o presidente Jair Bolsonaro afirmou nesta sexta-feira que "não existe qualquer fritura e nem qualquer tentativa de esvaziar" o ministro, em entrevista ao Jornal da Band. Ele declarou ainda que interfere em todos os ministérios e que não precisa "fritar ministro para demitir".
O próprio Bolsonaro havia admitido na quinta que estudava dividir a pasta em duas e deixar Moro só na Justiça, mas nesta sexta, na chegada à Índia, voltou atrás e disse que a chance “é zero”.
"Vamo lá: a questão agora do nosso ministro da Justiça aí. Não tenho nenhum problema com ele. Todos os meus ministros são tratados de maneira igual. Dei liberdade para todos eles definirem o seu ministério. Eu tenho poder de veto, não abro mão disso, e por isso que quem dá o norte sou eu", comentou o presidente na entrevista.
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Ele lembrou que teve um encontro com aproximadamente 20 secretários estaduais na quarta, no Palácio do Planalto, que fizeram uma série de pedidos, entre eles liberação de recursos e isenção de IPI para armamento de policiais.
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"E também propuseram — alguns, não foram todos — o renascimento do Ministério da Segurança. Eu falei 'tudo bem, vou despachar'. Eu não posso falar ali 'não', 'sim', jamais poderia fazer isso aí. Em função disso, foram para a maldade, como se eu estivesse já interessado. Olha, eu não preciso fritar ministro para demitir. Nenhum ministro meu vive acuado com medo de mim. Minhas ações são bastante pensadas e muito bem conversadas antes", declarou.
Bolsonaro disse que não sabe por que o assuntou tomou essa proporção e disse que parece que em toda viagem que faz há uma polêmica.
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"Não tem qualquer problema. Agora, repito: todos os ministros têm o mesmo valor pra mim. E eu interfiro em todos os ministérios. Não existe qualquer fritura e nem qualquer tentativa de esvaziar o senhor Sergio Moro. Muito pelo contrário, está fazendo um bom trabalho no tocante à segurança", elogiou.
Em seguida, o presidente frisou que o trabalho não é apenas do governo federal, que atua juntamente com os secretários dos Estados. E disse que Moro "faz a parte dele".
"Temos batido recordes de apreensão de drogas. A questão de isolar os cabeças do crime organizado de São Paulo foi uma questão judicial do Estado de São Paulo e nós demos a cobertura, senão não poderia ser cumprida, ajudou e muito a questão da combater a violência em nosso país. E está indo bem, nada mais além disso", concluiu.