O presidente Jair Bolsonaro projetou neste sábado que o partido que ele tenta criar, o Aliança pelo Brasil , poderá eleger uma bancada de cem parlamentares nas eleições de 2022. Bolsonaro participou de um evento do Aliança em Brasília, destinado a coletar assinaturas para a criação na legenda, e disse que o partido irá fazer checagem nos filiados, para evitar problemas como os que teve na sua antiga sigla, o PSL.
"Não vai ser como no partido passado. A gente vai ter que dar uma analisada na vida daquela pessoa para a gente poder realmente confiar ou não. O objetivo, se nós tivermos bem em 22, a gente faz uma bancada de cem parlamentares", disse Bolsonaro, no seu discurso.
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Nas eleições de 2018, o PSL elegeu 52 deputados federais e quatro senadores. O partido rachou, contudo, depois de uma briga entre Bolsonaro e o presidente da legenda, o deputado federal Luciano Bivar (PE), e cerca de metade da atual bancada deverá seguir para o Aliança.
Bolsonaro criticou pessoas que "enganaram", sem citar nomes, e disse que todos que ingressarem no Aliança terão que respeitar a "bandeira" do partido, que incluirá, de acordo com ele, não utilizar o fundo eleitoral.
"É duro viver com pessoas que tinham outros objetivos no período eleitoral e nos engaram. Mas nós estamos vencendo esse momento. Vamos agora, se Deus quiser, formar um partido comprometido de verdade com o futuro do país. Um partido que não aceitará usar o fundão. Um partido que tem uma bandeira e todos, realmente que, uma vez ingressando nele, vão seguir".
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O presidente ainda comentou a possibilidade do Aliança ser formado a tempo de lançar um candidato nas eleições suplementares que serão realizadas no Mato Grosso, após a senadora Selma Arruda (Podemos) ser cassada.
Bolsonaro disse ter consultado a deputada federal Bia Kicis (PSL-DF), presente no evento, e afirmou que a eleição será "no final de março", mas o pleito ainda não foi marcado pelo Tribunal Regional Eleitoral de Mato Grosso (TRE-MG)
"Eu perguntei para Bia aqui agora e ela respondeu, mas não tem muita certeza. Se a gente formar o partido, dá tempo de lançar o candidato ao Senado em Mato Grosso? Vai ter eleição agora no final de março. Se der tempo, será a primeira prova nossa, eleger um senador raiz do Aliança".
Presidente reclama de críticas a fundo eleitoral
Durante evento do Aliança pelo Brasil, em Brasília, Bolsonaro voltou a justificar a sanção do fundo eleitoral como cumprimento da lei. Ele reclamou de críticas feitas pela "falsa direita" e por "isentões":
"A esquerda bater, tudo bem. A falsa direita, os isentões, caem de pau. "Ah, ele tem que vetar o fundão". Eu tenho que cumprir a lei. O fundão é de 2017. Está lá no artigo 85 da Constituição, eu divulguei isso. Pode ser enquadrado em crime de responsabilidade. Está lá na lei de 50, que fala do impeachment", afirmou.
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Bolsonaro disse que iria vetar o fundo se o valor fosse de R$ 3,8 bilhões, como chegou a ser cogitado por congressistas. Eles recuaram, contudo, justamente por indicativos de que o presidente iria vetar.
"Não é vocês, somos todos nós somos, inclusive eu, somos escravos da lei. Estaria atrapalhando a democracia, o cumprimento da lei eleitoral com o veto. Quando pintou 3,8 bilhões, eu ia vetar. Interesse público, tinha argumento para isso. Mas quando pintou os R$ 2 bi...Cuja proposta veio do Tribunal Superior Eleitoral, não foi minha. Aí vem alguns coleguinhas, eleitos pelo PSL, falar abobrinha. Mas tudo bem".