Apontado como hacker do ex-juiz Sergio Moro, Walter Delgatti Neto, também chamado de Vermelho, afirmou que não tinha intenção de prejudicar Jair Bolsonaro quando procurou a ex-candidata à vice-presidência, Manuela D’Ávila, para divulgar as mensagens obtidas por ele.
Segundo a revista Veja, para qual Vermelho deu entrevista, o hacker chegou a fazer campanha para Bolsonaro durante eleições. “Fiz campanha para o Bolsonaro e me arrependi depois”, contou Delgatti.
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Na entrevista, Vermelho afirmou também que conseguiu hackear o celular do general Walter Braga Netto, um dos chefes do Exército Brasileiro, e viu um vídeo de um subordinado do general executando uma pessoa enviado para a conversa. O militar, por sua vez, teria apenas repreendido o homem por utilizar o celular durante a operação.
Delgatti também falou sobre a delação feita por Luiz Henrique Molição, um dos membros da suposta quadrilha responsável pelos vazamentos de mensagens. Ele confirmou que Molição sabia da história do general e do suposto vídeo envolvendo uma morte, mas negou algumas das outras informações fornecidas por ele durante acordo.
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Uma das informações dadas pelo delator e negadas por Delgatti foi de que um homem identificado como “ professor ” ajudava com a estratégia de divulgação das mensagens.
Ainda na delação, Molição afirmou que outra pessoa, um militante do Partido dos Trabalhadores (PT) ligado à família de Antônio Palocci seria mais um dos envolvidos na invasão e divulgação das mensagens.
À Veja, o exército afirmou que as acusações de Vermelho sobre mortes filmadas e enviadas a Braga Netto são de “inteiro desconhecimento”.