Agência Brasil

Fachada da sede da Petrobras, no Rio de Janeiro
Tânia Rêgo/Agência Brasil
Fachada da sede da Petrobras, no Rio de Janeiro

A Petrobras enviou cerca de 2 mil cartas se desculpando com empregados que participaram de procedimentos investigatórios internos desde 2015, nos quais não foram constatadas irregularidades. Esses funcionários, entre investigados e testemunhas que prestaram depoimento nos processos, nunca haviam tomado conhecimento sobre o resultado das apurações.

"Essas pessoas foram investigadas e sequer tiveram direito de serem informadas sobre sua inocência ou que seus processos foram inconclusivos", lamentou o presidente da estatal, Roberto Castello Branco , durante a abertura da 6ª Semana Petrobras em Compliance. O evento, que ocorre até sexta-feira (13), começou hoje (9), Dia Internacional de Combate à Corrupção, data instituída pela Organização das Nações Unidas ( ONU ) em 2003.

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Ao longo da semana, a programação proporcionará espaços para a troca de experiências e informações entre autoridades, profissionais e especialistas sobre temas relacionados ao compliance , termo em inglês que designa os esforços para se garantir que empregados e dirigentes de uma instituição cumpram as regras estabelecidas e não se envolvam em desvios. Estarão em debate questões como cultura de integridade, gestão de crise, gerenciamento de riscos, novas tecnologias, entre outros.

De acordo com Castello Branco , as regras de compliance devem perseguir o equilíbrio e, em alguns casos, houve excessos. "No lugar de serem somente investigadas e punidas pessoas que realmente cometiam atos dolosos, inocentes foram perseguidos", afirmou. "Pedimos desculpas aos envolvidos e seus familiares pelos danos causados. Sei que isso não é suficiente. Não vamos apagar da mente das pessoas e das suas memórias aqueles momentos de tensão que passaram e que, obviamente, contaminaram seus familiares. Mas é muito importante um pedido público de desculpas aos que foram vítimas do que eu chamo de jacobinismo, o excesso de cuidados levando a erros."

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O presidente da estatal disse ainda que 99,9% dos empregados da Petrobras são pessoas honestas e que, infelizmente, muitas delas sofreram discriminação por conta da atuação corrupta de uma minoria que colocou a empresa como alvo da Operação Lava Jato . Ele afirmou, no entanto, que está superada a crise moral. Um dos indicativos dessa superação, segundo Castello Branco , é a decisão anunciada na semana passada pelo Fundo Soberano da Noruega, que retirou a Petrobras da lista de empresas sob observação.

Segundo o diretor de Governança e Conformidade da Petrobras , Marcelo Zenkner, a entrega das cartas deverá ser concluída até o fim deste mês. "Havia um grande número de procedimentos arquivados, no qual não houve a constatação de qualquer responsabilidade. Empregados foram investigados, prestaram suas informações e não tomaram conhecimento do arquivamento e da finalização dessas investigações. O objetivo das cartas é indicar para esses empregados que nós chegamos à conclusão desses procedimentos sem qualquer tipo de responsabilização e pedir a eles desculpas pela demora", disse.

Em nota, a Petrobras informou que o pedido de desculpas também foi enviado a funcionários que foram ouvidos como testemunho

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