Caso das rachadinhas de Flávio Bolsonaro na Alerj também será retomado
Pedro França/Agência Senado - 25.9.19
Caso das rachadinhas de Flávio Bolsonaro na Alerj também será retomado

Após a decisão do Supremo Tribunal Federal ( STF ) de liberar o compartilhamento de dados de órgãos de controle com o Ministério Público ( MP ), a Polícia Civil do Rio vai retomar as centenas de investigações que estavam paradas após a decisão do ministro Dias Toffoli, em julho, que havia mandado paralisar as investigações baseadas em informações detalhadas repassadas pela Receita Federal e pelo antigo Coaf , hoje rebatizado de Unidade de Inteligência Financeira ( UIF ).

As delegacias especializadas que voltarão imediatamente a investigações com relatórios de inteligência financeira são as de Combate à Corrupção, ao Crime Organizado e à Lavagem de Dinheiro (DGCOR) e a de Repressão as Ações Criminosas Organizadas e Inquéritos Especiais ( Draco ).

Estima-se que mais de 200 inquéritos foram impedidos de prosseguirem, quando em meados de julho, Toffoli ordenou que parassem, em todo o país, as investigações embasadas em informações compartilhadas pelo Coaf e pelo Fisco sem autorização da Justiça.

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Um dos inquéritos que voltará a seguir é o das movimentações suspeitas de Ronnie Lessa , policial militar reformado acusado de matar a vereadora Marielle Franco e o motorista Anderson Gomes e que estava paralisado no Departamento Geral de Combate à Corrupção, ao Crime Organizado e à Lavagem de Dinheiro.

A delegada Patrícia Alemany, chefe do DGCOR, comemorou a decisão do STF.

"Essa sentença é significante e importante no combate das organizações criminosas, tanto na lavagem de dinheiro quanto os crimes de corrupção", salientou Alemany.

Só em seu departamento foram 140 investigações interrompidas. Entre os inquéritos estão trágico de drogas, milícia, corrupção e contravenção. Uma investigação contra o desvio de verbas de uma Prefeitura da Região Metropolitana também retornará nos próximos dias.

"Só iremos esperar a questão da tese (como será feito o compartilhamento de dados com o MP). Essa decisão será uma estabilidade e um avanço na repressão a lavagem de dinheiro no Rio e no país", afirmou Alemany.

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Outras dezenas de investigações que serão retomadas estão na Draco. Entre elas uma contra o miliciano Wellington da Silva Braga, o Ecko, que comanda o maior grupo paramilitar do estado. Os agentes também voltarão a investigar a lavagem de dinheiro de milícias na capital e na Baixada Fluminense. De acordo com o delegado Gabriel Ferrando, titular da Draco, “essa é uma vitória para as polícias e uma vitória contra a corrupção no país”.

"Isso vai possibilitar o retorno das investigações direcionadas a milícia com a utilização de relatórios de inteligência financeira que estavam paradas na Draco e que estavam prejudicadas."

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