Bolsonaro já tinha ameaçado cancelar a assinatura da Folha de S. Paulo
Carolina Antunes/PR
Bolsonaro já tinha ameaçado cancelar a assinatura da Folha de S. Paulo

Após ameaçar cortar a assinatura do jornal Folha de S. Paulo da lista de periódicos que o governo federal recebe, o presidente Jair Bolsonaro excluiu o veículo de um edital para renovar as assinaturas de jornais e revistas da administração federal. No fim do mês passado, o presidente afirmou em entrevista que "nenhum órgão aqui do meu governo vai receber o jornal Folha de S. Paulo aqui em Brasília. Está determinado".

O edital publicado nesta quinta-feira prevê um gasto de R$ 194.393,64 para acesso on-line de jornais e revistas. Entre os periódicos nacionais e regionais estão os jornais O Globo , Valor Econômico , O Estado de São Paulo e os internacionais The New York Times e The Wall Street Journal , além das revistas ÉPOCA , Veja , Time e The Economist .

Na justificativa, o edital menciona a necessidade das assinaturas para fornecer "subsídios fundamentais para a tomada de decisões da Presidência da República, além de possibilitar a tempestiva produção de contrarrespostas, tendo em vista que as ações deste órgão são continuamente matérias de divulgação ampla na mídia nacional.

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A afirmação de que não receberia mais a Folha foi feita por Bolsonaro em 31 de outubro, exatamente uma semana após o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, cancelar as assinaturas dos jornais The New York Times e The Washington Post na Casa Branca. Poucas horas depois, em transmissão ao vivo pelo Facebook, Bolsonaro também ameaçou os anunciantes do jornal.

"Não vamos mais gastar dinheiro com esse tipo de jornal. E quem anuncia na Folha presta atenção, tá certo?"

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Procurado, o Planalto não se manifestou sobre quais seriam os critérios para a exclusão do jornal. Ao chegar ao Palácio da Alvorada no fim da tarde de hoje, Bolsonaro pediu "retratação" ao veículo, mas também não falou sobre os critérios técnicos da decisão.

"Eu quero pedir à Folha que retrate todos os males e calúnias que fez contra a minha pessoa", disse o presidente.

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