STF liberta presos com mais de 40g de maconha

A decisão foi da primeira turma do STF. Descriminalização do porte de drogas para uso pessoal ainda será analisado pelo plenário da Corte

Um dos presos havia sido preso em flagrante com 40,4 gramas da droga, e o outro 96,3.
Foto: Pixabay/Creative Commons
Um dos presos havia sido preso em flagrante com 40,4 gramas da droga, e o outro 96,3.

A Primeira Turma do Supremo Tribunal Federal ( STF ) mandou libertar nesta terça-feira dois homens que tinham sido presos em flagrante por carregar maconha  . Um deles tinha 40,4 gramas da droga, e o outro 96,3. Votaram dessa forma os ministros Alexandre de Moraes , Luís Roberto Barroso e Luiz Fux , com uma ressalva: os juízes de primeira instância poderão determinar medidas alternativas. Apenas o relator, Marco Aurélio, foi favorável à manutenção da prisão.

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O plenário do STF, do qual fazem parte todos os 11 ministros da Corte, ainda vai discutir a descriminalização do porte de drogas para uso pessoal. Até agora, três já votaram pela liberação. O relator, Gilmar Mendes, defendeu a descriminalização do porte para uso de todo tipo de droga. Edson Fachin e Barroso também votaram pela descriminalização, mas só para o porte de maconha.

A retomada do julgamento estava prevista para o dia 6 de novembro, mas o caso foi excluído do calendário e uma nova data não foi marcada ainda.

No julgamento de um dos casos nesta terça-feira, Barroso afirmou:

— No dia seguinte que ele foi preso, o tráfico já o substituiu, porque tem um exército de reserva esperando para ocupar aquele lugar, Que política pública é essa que destrói a vida de um rapaz, custa dinheiro e devolve para a sociedade pior do que quando entrou sem produzir nenhum impacto sobre o tráfico?

Fux lembrou um caso analisado por ele quando era juiz em Niterói (RJ):

— Eu suspendi a audiência, fomos à minha sala. A mãe caiu em prantos, o jovem caiu em prantos, o pai caiu em prantos. Chegamos a uma conclusão que daríamos uma oportunidade àquele jovem, porque ele é primário e de bons antecedentes. Eu como magistrado de carreira, sempre tive resistência de colocar no sistema penitenciário um jovem primário de bons antecedentes, porque tinha exatamente a percepção de que ele sairia escolado, um profissional muito pior do que entrara.

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Dos cinco integrantes da Primeira Turma, apenas a ministra Rosa Weber não participou do julgamento.