O deputado Marcelo Calero (Cidadania-RJ) entrou com um requerimento na Câmara dos Deputados para pedir explicações ao ministro das Relações Exteriores, Ernesto Araújo, sobre o suposto uso de um livro do coronel Carlos Alberto Brilhante Ustra no Itamaraty.
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Ustra foi acusado pelo desaparecimento de 60 pessoas e por ter torturado 500 durante a ditadura militar. Na justificativa do pedido, Calero cita uma coluna publicada pelo jornal O Globo , que informou que o livro "A Verdade Sufocada", de Ustra, estaria sendo usado para embasar uma apresentação de Ernesto Araújo em uma reunião com o Grupo de Lima.
O deputado questiona se o ministro teria solicitado a distribuição do livro a diplomatas e o posicionamento do Itamaraty em relação ao período da ditadura. "A atual gestão do Ministério das Relações Exteriores compartilha da tese defendida pelo autor de que não houve tortura e desaparecimentos políticos entre os anos de 1964 e 1985 praticados pelo Estado Brasileiro?", diz o documento.
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Calero citou ainda declarações do presidente Jair Bolsonaro que, durante a votação do impeachment de Dilma Rousseff, chamou o torturador de "herói nacional". "Cabe destacar que o país é signatário de diversos acordos internacionais que condenam a prática de tortura, entre eles a Convenção Contra a Tortura e Outros Tratamentos ou Penas Cruéis, Desumanos ou Degradantes", concluiu.