Fernando Collor de Melo foi eleito presidente em 1990 e renunciou em 1992
Roque de Sá/Agência Senado - 7.8.2017
Fernando Collor de Melo foi eleito presidente em 1990 e renunciou em 1992

O ex-presidente do Brasil, Fernando Collor de Melo, revelou estar preocupado com o governo de Jair Bolsonaro. Eleito em 1990 e destituído do poder por um Impeachment em 1992, Collor disse estar vendo o mesmo filme de seu mandato.

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“Continuando do jeito que está, eu não vejo como este governo possa dar certo. São erros primários”, disse Collor ao jornal O Globo , em entrevista divulgada neste domingo (17).

Para Collor, a principal semelhança é o presidente Jair Bolsonaro não negociar com partidos e recusar dividir o poder. Ambiente que o senador de Alagoas conhece bem.

“Vejo semelhança entre o tratamento que eu concedi ao PRN e o que ele está conferindo ao PSL. A bancada do PSL foi eleita na onda bolsonarista, é verdade. Mas quando a pessoa chega e assina o termo de posse, ela vira entidade".

"Logo no início, ele tinha que ter dado prioridade aos 53 deputados do partido. E, a partir desse núcleo, construído a maioria para governar. Ele perdeu esse momento. Agora reúne a bancada para dizer que vai sair do partido? Erro crasso. Estou dizendo por que eu já passei por isso. Estou revendo um filme que a gente já viu. Vai ser um desassossego para ele”, comentou.

Perguntado se acreditava que Bolsonaro pode sofrer um processo de  Impeachment , Collor disse que essa é uma possibilidade. “Bolsonaro não vem se preocupando com a divisão da sociedade brasileira, que se aprofunda. O discurso dele acentua a divisão. Com a soltura do Lula, a tendência é que essa divisão se abra ainda mais".

"O governo tem que ser bombeiro. Tem que entender que não está mais em campanha. Hoje uma boa parcela dos eleitores que não queriam o PT está desiludida. É preciso que alguém acorde neste governo e diga: ‘O rei está nu’”.

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Durante a entrevista Collor ainda disse que a atitude dos filhos do presidente é uma “coisa nociva” e que não acredita que Bolsonaro tomará medidas de exceção “Não temo (um golpe), porque confio nas Forças Armadas”, finalizou.

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