Promotora que fez campanha para Bolsonaro deixa investigação do caso Marielle

Carmen Eliza Bastos de Carvalho pediu afastamento após receber acusações de imparcialidade por um foto em que ela está com camiseta do presidente

Foto em rede social mostra a promotora com camiseta de Bolsonaro
Foto: Reprodução/Instagram
Foto em rede social mostra a promotora com camiseta de Bolsonaro

A promotora do Ministério Público Carmem Eliza Bastos de Carvalho fez pedido de afastamento voluntário das investigações do caso dos assassinatos da ex-vereadora carioca Marielle Franco e do motorista Anderson Gomes . Ela foi alvo de acusações de imparcialidade após uma foto nas redes sociais mostrá-la com uma camiseta do presidente Jair Bolsonaro durante a campanha dele para as eleições .

De acordo com nota do Ministério Público, Carmen vinha tendo sua imparcialidade questionada "no que afeta sua atuação funcional, por exercer sua liberdade de expressão como cidadã".

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Na nota, o Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado ( Gaeco ) diz que as investigações que apontaram os executores de Marielle e Anderson foram conduzidas pelas Promotoras de Justiça Simone Sibilio e Letícia Emile Petriz . A atuação de Carmen ficou limitado à ação penal em que Ronnie Lessa e Élcio Queiroz são réus, diz o comunicado.

"Sua designação foi definida por critérios técnicos, pela sua incontestável experiência e pela eficácia comprovada de sua atuação em julgamentos no Tribunal do Júri, motivos pelos quais Carmen Eliza vem sendo designada, recorrentemente, pela coordenação do GAECO/MPRJ para atuar em casos complexos", escreveu o MP.

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Em outra imagem publicada nas redes sociais, Carmen aparece ao lado do deputado estadual Rodrigo Amorim (PSL-RJ), que quebrou uma placa com o nome de Marielle.

Ela estava na coletiva do Ministério Público na quarta-feira (30), quando foi revelado que era falso o depoimento do porteiro que relacionou o presidente Jair Bolsonaro a morte de Marielle.