Fachada do condomínio Vivendas da Barra, onde mora o presidente Jair Bolsonaro
Pablo Jacob / Agência O Globo
Fachada do condomínio Vivendas da Barra, onde mora o presidente Jair Bolsonaro

As investigações sobre o assassinato da vereadora Marielle Franco e do motorista Anderson Gomes continuam quase 600 dias após o crime. A última descoberta dos investigadores foi a comprovação de que o sargento aposentado da Polícia Militar Ronnie Lessa e ex-PM Élcio Queiroz se encontraram horas antes de Marielle e Anderson serem mortos. Veja como a Polícia e o Ministério Público do Rio de Janeiro chegaram a essa prova.

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Passo a passo da investigação

22/1/2019
O MP do Rio promove a Operação Os Intocáveis, contra milicianos de Rio das Pedras. Nesse dia, a mulher de Ronnie Lessa envia a ele foto da planilha da portaria do condomínio e a mensagem: “Liga para o Élcio”. O conteúdo só seria acessado pelo MP meses depois.

12/3/2019
Ronnie Lessa e Élcio de Queiroz são presos sob acusação de terem executado Marielle . Policiais analisam a planilha da portaria e não encontram indícios da presença de Élcio no Vivendas da Barra no dia do assassinato. Ontem, as promotoras do caso disseram ter havido “equívoco” na análise da planilha pelos policiais, que teriam focado apenas as chegadas à casa 65, de Lessa, e não teriam visto o registro da suposta ida de Élcio à casa 58, como estava anotado na planilha.

4/10/2019
O MP pede à Justiça uma operação de busca e apreensão na portaria do Vivendas da Barra. O novo interesse pela planilha de controle de entrada se deu apenas meses depois, segundo o MP, pela demora dos investigadores em conseguir acessar o conteúdo do celular de Lessa apreendido em março, na sua prisão. Houve pedido à Justiça para quebra de sigilo do telefone e necessidade de superar o bloqueio por senha. Ao encontrar a mensagem da mulher de Lessa a ele em janeiro, o MP pediu a busca, que aconteceu no dia seguinte (5).

7/10/2019
Dois dias depois de a planilha ser apreendida no condomínio, o síndico do Vivendas da Barra procurou voluntariamente o MP para avisar que, além das anotações do porteiro, havia também registros de áudio das conversas pelo interfone. Ele entrega os áudios ao MP. Neste mesmo dia 7, o porteiro foi ouvido pela primeira vez pela polícia. Ele daria o segundo depoimento dois dias depois.

10/10/2019
Diante da nova análise da planilha apreendida, na qual estava escrito que Élcio se dirigiu à casa 58, de Jair Bolsonaro , o MP do Rio enviou o caso ao STF.

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30/10/2019
O MP do Rio recebe o resultado da perícia nos áudios do condomínio. Segundo as promotoras, eles provam que quem autorizou a entrada de Élcio de Queiroz no condomínio foi Ronnie Lessa, e não alguém na casa de Bolsonaro, como afirmou o porteiro em dois depoimentos à polícia civil.

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