Ao chamar de "atos terroristas" os protestos no Chile, que começaram na semana passada e já deixaram 19 mortos e 535 feridos, o presidente Jair Bolsonaro Bolsonaro afirmou que as tropas brasileiras têm de estar preparadas para fazer a manutenção da lei e da ordem no Brasil.
Leia também: Por fama e fortuna, mãe mentiu sobre doença terminal da filha e depois a matou
As declarações foram dadas na noite de quinta-feira (24) em Pequim, onde Bolsonaro se encontra com o presidente chinês, Xi Jinping, na manhã desta sexta. Dias antes, no Japão, Bolsonaro já havia qualificado de "bárbaros" os ataques ao metrô de Santiago e a queima de ônibus, ações que, segundo ele, precisavam ser tipificadas como "terrorismo".
"Praticamente todos os países da América do Sul tiveram problemas. O do Chile foi gravíssimo. Aquilo não é manifestação, nem reivindicação. Aquilo são atos terroristas — voltou a afirmar. — Tenho conversado com a Defesa nesse sentido. A tropa tem que estar preparada porque ao ser acionada por um dos três Poderes, de acordo com o artigo 142, estarmos em condição de fazer manutenção da lei e da ordem.
Você viu?
O artigo 142 prevê que as Forças Armadas destinam-se "à defesa da Pátria, à garantia dos poderes constitucionais e, por iniciativa de qualquer destes, da lei e da ordem." No Chile, o presidente Sebastian Piñera mobilizou as Forças Armadas para reprimir as manifestações, o que não ocorrida desde o final da ditadura de Augusto Pinochet (1973-1990).
Bolsonaro disse que possui "informes de possíveis reuniões de atos preparatórios para manifestações não legais", mas não especificou quais são esses protestos, quem são os responsáveis e quando aconteceriam.
Leia também: Em depoimento, Marcos Valério diz que Lula mandou matar Celso Daniel
"Tem manifestações que são legais, tudo bem. Quando você reivindica respeitando o direito do próximo", disse, durante conversa com jornalistas.
Na terça-feira, o anúncio de uma agenda social não foi suficiente para encerrar os protestos no Chile, já que os manifestantes pedem justamente o fim do estado de emergência e da intervenção dos militares na segurança pública.