Eduardo Bolsonaro com quadro de seu pai Jair Bolsonaro ao fundo
Jorge William / Agência O Globo - 9.8.19
Eduardo Bolsonaro com quadro de seu pai Jair Bolsonaro ao fundo


Após o senador Major Olimpio ter atribuído o desgaste entre Jair Bolsonaro e o PSL aos "filhos com mania de príncipe", o deputado federal Eduardo Bolsonaro resolveu colocar água na fervura. Em entrevista coletiva na abertura do CPAC Brasil, megaevento conservador americano trazido ao país por ele mesmo, ele afirmou, nesta sexta-feira, em tom descontraído, que "não faz parte da família real" e evitou rebater o ataque.

"Não faço parte da família real. Discordo dele, mas acho que esses assuntos devam ser tratados de maneira interna. É opinião dele, então ele tem todo o direito de fazê-la. Mas eu acredito que, no momento em que eu estiver atrapalhando, o próprio presidente deve puxar a minha orelha. Roupa suja a gente lava em casa", declarou Eduardo.

Major Olimpio denunciou nesta sexta ao GLOBO o que considera ser uma conspiração feita por Eduardo Bolsonaro e dois advogados, o ex-ministro do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), Admar Gonzaga, e a advogada do partido, Karina Kufa, para prejudicar o PSL. Segundo ele, a crise foi gerada por pessoas que querem ter acesso ao fundo partidário.

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"Eu estou dizendo e apontando o dedo dentro do partido. Aquela relação que fizeram dos 19 deputados escolhidos a dedo, que foram chamados para a reunião para demonstrar apoio ao presidente, eram alguns de sangue azul, a alta nobreza conservadora que mesmo dentro do partido ninguém podia saber. Sabe o que é isso? Conspiração baixa", afirmou.


Organizar a direita

Ao lado de Matt Schlapp, presidente da American Conservative Union, organizadora do CPAC americano, Eduardo falou também sobre a necessidade de organizar as bases conservadoras no Brasil para impedir a volta da esquerda ao poder.

Segundo ele, não existe ainda um partido puramente conservador no Brasil. O deputado foi questionado se a realização de um evento desse formato no país tem relação com o movimento liderado no exterior por Steve Bannon, um dos coordenadores de campanha do então candidato à Presidência dos Estados Unidos Donald Trump, para organizar direita em nível internacional.

"Ao contrário do Foro de São Paulo, que tinha um projeto de poder, a intenção do CPAC Brasil é definir a nossa identidade e abrir os horizontes. As pessoas estão aqui para fazer networking e aprender como fazer acontecer o movimento conservador. O próximo passo será a organização em nível mundial".

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