Assessora do Novo vai ao comitê de ética contra deputado por ataques sexistas

Marcela Trópia publicou um relato nas redes sociais e defendeu punição aos envolvidos; parlamentar pode ser expulso do partido após mensagens

Foto: Reprodução/redes sociais
Deputado Bartô (Novo-MG) atacou a assessora em um grupo de Whatsapp

A assessora política Marcela Trópia, filiada ao partido Novo, foi ao comitê de ética da sigla contra o deputado Bartô (Novo-MG) após ser alvo de ataques pessoais. Em suas redes sociais, Marcela compartilhou trechos da conversa e defendeu punições ao parlamentar. 

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A discussão começou em um grupo de Whatsapp do qual os dois participam quando o deputado e outro filiado ao Novo, Fabiano Leite, atacaram alguns posicionamentos políticos de Marcela, como o fato dela ser feminista, o que classificaram como "de esquerda". De acordo com Marcela, Bartô também adicionou outros dois membros ao grupo, filiados ao PSL, que continuaram os ataques. 

Durante a conversa, Bartô defende que Marcela deveria estar fora do partido há muito tempo e faz ataques pessoais a assessora. "Conheço seu perfil de longe… Vc furou camisinha? É verdade isso?”, diz o deputado.

Após adicionar o porta-voz do MBL Thiago Dayrell, e Victor Lucchesi ao grupo, ambos filiados ao PSL, os quatro continuam discutindo os posicionamentos políticos de Marcela no grupo. "Você furou uma camisinha para engravidar? Perdi essa", questiona Fabiano Leite em outro trecho. 

Em suas redes sociais, Marcela publicou um vídeo e um texto relatando o ocorrido e disse ter feito a denúncia ao comitê de ética do partido. A assessora também recebeu uma carta aberta de mulheres filiadas ao Novo, pedindo que a sigla tome providências sobre o ocorrido. "Os quatro se dizem liberais, mas se comportaram com desrespeito e autoritarismo. É por isso que eu decidi tomar providências sobre o episódio", afirma Marcela. 

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"Quatro indivíduos contra 1. Esse foi o quadro COVARDE que se desenhou. 4 indivíduos fazendo acusações falsas e sem provas. 4 indivíduos fazendo insultos pessoais e até insinuações sobre a minha vida sexual. 4 indivíduos trabalhando para desconstituir a minha imagem perante mais de uma centena de filiados e apoiadores do Partido Novo", escreveu. 



O deputado , por sua vez, publicou uma nota em sua conta do Instagram, dizendo que os ataques não passaram de "chumbo trocado", pois a assessora o teria atacado durante a campanha. Ele afirmou ainda que Marcela "se utiliza de sua condição de mulher para aparentar uma fragilidade que não tem" e por isso, segundo ele, "não merece crédito". 


O presidente estadual do Novo, Bernardo Ramos, afirmou, em entrevista ao jornal Estado de Minas , que Bartô passou dos limites e que a expulsão da sigla é uma possibilidade a ser considerada. “Parece que o pessoal acha que só pelo fato de não estar vendo o outro na internet pode falar qualquer coisa. Ali teve um excesso, infelizmente, por parte do Bartô. Por solicitação da Marcela, enviamos todo o material confidencial à comissão de ética partidária", explicou.