O que é mais suspeito que o R$ 1,2 milhão movimentado na conta de Fabrício Queiroz, ex-assessor de Flávio Bolsonaro? O dobro desse valor. O Conselho de Controle de Atividades Financeiras (COAF) apontou R$ 2,5 milhões em movimentações atípicas na conta de David Miranda (foto), deputado federal pelo PSOL.
O valor teria circulado entre 2 de abril de 2018 e 28 de março de 2019. O político ganhou notoriedade no cenário nacional por ser marido do advogado e jornalista Glenn Greenwald, do “The Intercept Brasil”, e por ter assumido o cargo após a renúncia de Jean Wyllis. David afirmou que o relatório mostra uma quantia compatível com a renda de sua família e disse se tratar de uma retaliação à publicação de mensagens vazadas pelo “Intercept” – o relatório do COAF foi encaminho dois dias após a primeira publicação de mensagens privadas no site, em 11 de junho.
O Ministério Publico pediu a quebra de seu sigilo bancário, negado pela Justiça. Caberá às autoridades averiguar a suspeição. Resta saber se o deputado dará explicações tão esfarrapadas quanto às dadas por Queiroz.
Cigarros eletrônicos e oleosos
INTERNACIONAL
A demissão do senhor da guerra
O presidente dos EUA, Donald Trump, anunciou a demissão do assessor de segurança nacional, John Bolton, pelo twitter. Ele é conhecido como “senhor da guerra” por causa de sua postura na política externa e principalmente por ter arquitetado a Guerra do Iraque. Bolton também era favorável a intervenções militares na Venezuela, na Coreia do Norte e no Irã. O movimento não necessariamente sinaliza que Donald Trump se tornará mais “pacífico” – ele tentou recentemente negociar até com o regime Talibã, do Paquistão. Nas relações com o Brasil, pouco deve mudar. O ministro das Relações Exteriores, Ernesto Araújo, esteve em visita ao país na semana passada.
BRASIL
O toma lá dá cá de Flávio
SEGURANÇA
Menos assassinatos no Brasil. a que custo?
Pela primeira vez em três anos, o número de mortes violentas caiu no Brasil. De acordo com o 13º Anuário Brasileiro de Segurança Pública, foram registradas 57.341 mortes em 2018, quase 7 mil a menos do que em 2017 (uma queda de 10,4%). Apesar disso, a polícia está matando mais. Com 6.220 óbitos causados por policiais, houve uma alta de 19,6% em relação ao ano anterior, o que representa quase 11% do total de mortes. A aquisição de armas aumentou em 42% com a circulação de quase 60 mil novos armamentos. É inegável que em certas situações a polícia precisa agir com força letal, mas é preciso questionar até que ponto a escalada de homicídios por policiais é aceitável.
JUVENTUDE
O mal
do milênio
Estamos no setembro amarelo, o mês de prevenção ao suicídio, e a Organização Mundial da Saúde (OMS) divulgou dados alarmantes sobre a questão. Na faixa etária de 15 a 19 anos – os nascidos no terceiro milênio –, o suicídio é a terceira causa de morte mais comum entre o sexo masculino, perdendo para acidentes de trânsito e para a violência. E é uma segunda causa entre o sexo feminino, atrás apenas de complicações na gravidez. O alerta é importantíssimo e a prevenção também. A OMS informa que uma das maneiras mais eficientes de prevenção é evitar o acesso a instrumentos utilizados para o suicídio, como armas de fogo, cordas e venenos.