A senadora Juíza Selma Arruda (PSL-MT), conhecida como "Moro de Saias", disse que recebeu uma ligação de Flávio Bolsonaro (PSL) mandando que ela retirasse a assinatura de apoio a abertura da Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) da Lava Toga.
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Em entrevista à Folha de S.Paulo , a senadora afirmou que Flávio Bolsonaro chegou a gritar com ela no telefone no último dia 21. "Ele estava um pouco chateado. Alguém disse para ele que nós tínhamos assinado uma CPI que iria prejudicar ele e ele falou comigo meio chateado, num tom meio estranho. Eu me recuso a ouvir grito, então, desliguei o telefone", contou.
Selma disse ainda que também foi procurada pelo presidente do Senado, Davi Alcolumbre (DEM-AP). "A pressão vem de todo lado. A gente sofre um bombardeio. Ontem [quarta-feira, 11], um dos senadores que assinou também relatou que está sendo pressionado. Mas, das pessoas que assinaram, a mais vulnerável sou eu porque tenho um processo na Justiça. Fico sendo sempre a mais atingida", relatou.
Questionada se havia recebido algum recado depois que deixou claro que tentaria inviabilizar a CPI da Lava Toga , Selma citou a Procuradora Geral da República, Raquel Dodge: "Todo dia recebo um. Acho que o recado da Raquel Dodge foi o mais claro".
A PGR assinou um um parecer nesta terça-feira (10), em que defende a cassação do mandato da senadora por abuso de poder econômico e caixa dois. Selma, no entanto, diz que está sendo acusada por algo que fez na pré-campanha.
Ainda em entrevista ao jornal, a "Moro de Saias" reafirmou a possibilidade de sair do PSL . Na terça-feira, a senadora já havia divulgado nota em que informou que estava avaliando a saída do partido por conta de pressões pela derrubada da Lava Toga. "Estou cogitando ainda, conversando com alguns partidos. Mas não pretendo sair da base do governo", reiterou.