Pela primeira vez em 24 anos, o carnaval de Salvador, na Bahia, pode não ter as comemorações oficiais estendidas até a Quarta-feira de Cinzas. Um projeto de lei aprovado quarta-feira na Câmara Municipal da capital baiana proíbe a realização dos festejos. A proposta, que ainda depende da aprovação do prefeito ACM Neto (DEM), tem motivação religiosa.
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Responsável por levar a ideia aos outros parlamentares, o vereador Henrique Carballal (PV) defendeu o início da Quaresma como principal justificativa para pedir a antecipação do fim do carnaval de Salvador . Segundo ele, o período de 40 dias que antecede a Páscoa tem início na Quarta-feira de Cinzas e, como é dedicado ao resguardo entre fiéis da Igreja Católica, seria necessário regulamentar a realização do que ele classificou como "eventos profanos".
"O nosso país é oficialmente um estado laico e se por um lado essa laicidade pressupõe a não intervenção da Igreja no Estado, por outro implica em efetivo respeito à crença e costumes religiosos . Portanto, entendo que o carnaval não pode estar alheio a esse contexto e sua ocorrência deve se adequar às tradições religiosas", escreveu Carballal em sua página no Facebook ao comemorar a aprovação da lei por 38 votos favoráveis, dois contrários e uma abstenção.
Desde 1995, milhares de foliões se reúnem no carnaval de Salvador para um evento conhecido como "arrastão". O encontro marca a despedida do carnaval, que é a principal data no calendário turístico da cidade.