BRASÍLIA - Embora o senador Major Olímpio (PSL-SP) tenha comemorado nas redes sociais a conquista da 27ª assinatura para pedir a instalação da Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) que investigaria tribunais superiores , o grupo ainda deve enfrentar dificuldades para convencer o presidente do Senado, Davi Alcolumbre (DEM-AP), a criar o colegiado.
Alcolumbre tem repetido aos senadores que não cabe ao Legislativo investigar magistrados dos tribunais superiores, como o Supremo Tribunal Federal (STF) e o Superior Tribunal de Justiça ( STJ ). Mas o grupo insiste em avançar com o colegiado para “depurar” o Judiciário brasileiro.
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Ao GLOBO, o líder do PSL no Senado, Major Olímpio (SP), disse que vai esperar até a semana que vem para tentar conquistar “duas ou três” novas assinaturas antes de protocolar o pedido de instalação no Senado. O número mínimo necessário para requerer a investigação é o apoio de 27 senadores. Caso alguém retire o endosso, não há como pedir a CPI.
"Davi não quer criar a CPI. Mas nós vamos fazer a exigência constitucional disso. O máximo que pode acontecer é ter de recorrer ao Supremo (para poder investigar o Supremo)", ironizou.
Vice-líder do governo no Senado, Elmano Férrer (Podemos-PI) confirmou ter assinado a CPI e disse que sofreu "pressão de todo lado". Ele não quis entrar em detalhes, dizendo estar passando por um "momento delicado" por causa da CPI.
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"Eu assinei. É pressão para todo lado, para assinar e para não assinar. Assinei ontem. Estou em um momento bem delicado sobre essa assinatura."
Liderado pelo senador Alessandro Vieira ( Cidadania -SE), esse grupo tenta instalar a comissão de investigação desde o início do ano, quando Vieira estreou no primeiro mandato no Senado.