Gilmar Mendes suspende colocação de tornozeleira eletrônica em Guido Mantega

Ministro concedeu liminar até que seja decidido se acusação contra Guido Mantega ficará no Paraná ou no Distrito Federal, como pede sua defesa

Ex-ministro da Fazenda, Guido Mantega participou da CPI do BNDES
Foto: Michel Jesus/Câmara dos Deputados - 22.5.19
Ex-ministro da Fazenda, Guido Mantega participou da CPI do BNDES

O ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), Gilmar Mendes , suspendeu, nesta quarta-feira (28), decisão do juiz Luiz Antonio Bonat, da 13ª Vara Federal de Curitiba , para que o
ex-ministro da Fazenda nos governos Lula e Dilma Guido Mantega se apresente à Justiça para colocação de tornozeleira eletrônica.

O advogado de Mantega Fabio Tofic Simantob sustenta que a ação em que o ex-ministro é acusado de ter atuado em favor da Odebrecht para a aprovação de medidas provisórias que
beneficiaram o grupo Odebrehct, deveria tramitar na Justiça do Distrito Federal, e não na 13ª Vara Federal Criminal de Curitiba, por não ter conexão com a Petrobras.

"A razão para enviar para o Distrito Federal era que os depoimentos mencionavam supostas irregularidades no BNDES e não na Petrobras", diz a defesa. O MPF sustenta que Mantega
teria recebido R$ 50 milhões em troca da atuação para favorecer a Odebrecht no chamado Refis da Crise.

Gilmar acolheu os argumentos da defesa e decidiu, de forma liminar, pela suspensão da tornozeleira, até que o STF decida se a ação será julgada no Paraná ou no DF.

"Sendo assim, defiro a suspensão da decisão reclamada no ponto em que determinou a apresentação do reclamante em Juízo, em 29 de agosto de 2019, para colocação da tornozeleira eletrônica, até a devida apreciação do pedido liminar na presente reclamação", decidiu Gilmar.

A medida foi tomada no despacho que autorizou a deflagração da 63ª fase da Lava Jato , denominada Carbonara Chimica. A força-tarefa da Lava Jato pediu a prisão do petista, mas o pedido foi negado por Bonat, que considerou que não havia razões para tirar a liberdade de Mantega. O magistrado também determinou o bloqueio de R$ 50 milhões das contas do ex-ministro.

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Bonat lembrou que não há perspectiva de que Mantega possa cometer novas irregularidades, uma das razões necessárias para a decretação de uma prisão preventiva ou temporária.