Procuradoria pede perda de mandato de Doria por uso irregular de publicidade

Ação na Justiça Eleitoral afirma que governador de São Paulo usou dinheiro da Prefeitura da capital para se promoção de sua campanha nas eleições

João Doria afirma que trabalhadores do metrô que aderiram à greve podem ser demitidos
Foto: Governo do Estado de São Paulo/Divulgação
João Doria afirma que trabalhadores do metrô que aderiram à greve podem ser demitidos


A Procuradoria Regional Eleitoral de São Paulo (PRE-SP) pediu a condenação e a perda de mandato do governadorJoão Doria (PSDB) por uso irregular da publicidade institucional da Prefeitura de São Paulo. O órgão acusa Doria de usar dinheiro da prefeitura durante a gestão dele como prefeito para promover sua candidatura ao governo do estado nas eleições de 2018.

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 A Procuradoria Eleitoral pede, ainda, a condenação do vice-governador, Rodrigo Garcia, e do então secretário de Comunicação, Fábio Souza dos Santos. Além da perda do mandato, a PRE-SP quer a inelegibilidade de Doria e do vice-governador por oito anos.

Em nota, a defesa do governador João Doria disse que já se manifestou sobre a ação, "demonstrando que não houve abuso de poder econômico e reitera a legalidade e a correção da sua conduta na gestão municipal".

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Segundo a ação, a prefeitura , sob gestão de Dória, gastou R$ 73, 8 mil com publicidade durante o primeiro semestre de 2018, valor 122% maior do que a média do primeiro semestre dos três anos anteriores (R$ 33,3 mil). Ainda de acordo com a PRE-SP, quando Doria deixou o cargo, em 6 de abril do ano passado, o gasto já havia superado a média em 76%.

A Lei das Eleições proíbe, no primeiro semestre eleitoral, despesas com publicidade dos órgãos públicos federais, estaduais e municipais que excedam essa média. De acordo com a ação, a soma das campanhas "Asfalto Novo", "Asfalto Novo - Nova Etapa" e "Prestação de Contas - 1 Ano de Gestão" já extrapolam o limite legal permitido em ano eleitoral. Somadas, as campanhas atingem R$ 48.878.310. O valor é maior, explica a PRE-SP, do que os custos declarados da campanha para o governo no primeiro turno: R$ 21 milhões.

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"O alegado intuito de informar a coletividade acerca da ações do governo municipal não justifica o alto valor das campanhas, que consumiram 20% dos custos das ações municipais em si mesmas. O intuito eleitoreiro, por outro lado, o explica", afirma o procurador Luiz Carlos dos Santos Gonçalves na ação.

A ação teve início em dezembro do ano passado, quando pedia, também, a condenação do prefeito de São Paulo, Bruno Covas, e da coordenadora de publicidade Luciana Lima Nogueira.

No entanto, nas alegações finais, a PRE-SP entendeu que eles não atuaram como ordenadores das despesas. Ambos não são mais réus no processo. Apresentadas as alegações finais, a situação de Doria , do vice-governador e do secretário de Comunicação será julgado pelo Tribunal Regional Eleitoral de São Paulo.