Desde que Jair Bolsonaro assumiu a presidência da República, muito se comentava sobre o aparente distânciamento de Michelle Bolsonaro de sua família. Enquanto a primeira-dama se mudou com o marido para o Palácio do Planalto, familiares de Michelle, incluindo a avó materna, seguiam morando a alguns quilômetros dali, na favela do Sol Nascente, a maior de Brasília.
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Críticos atribuiram o afastamento de Michelle Bolsonaro dos parentes por conta da origem humilde da família. No entanto, uma reportagem da revista Veja descobriu que, na verdade, a distância que a primeira-dama mantém da mãe e da avó é por conta do passado criminoso das duas.
Maria Aparecida Firmo Ferreira, de 78 anos, e avó de Michelle , foi presa em flagrante por tráfico de drogas em 1997. Ela foi flagrada com 169 trouxinhas de "merla", um subproduto da cocaína.
Na delegacia, ela confessou o crime e chegou a dizer que cada porção era vendida por R$ 5. Já na Justiça, a mulher voltou atrás e disse que foi coagida pelos policiais. No entanto, depoimentos de clientes do dona Maria Aparecida confirmaram que, não só ela trabalhava com a venda de entorpecentes, como era conhecida como a "Tia" do tráfico de drogas . Ela foi condenada a 3 anos de prisão em regime fechado.
Enquanto estava detida, a condenada chegou a tentar subornar um agente penitenciário para fugir da cadeia, mas não obteve sucesso e foi parar na solitária. Ela deixou o cárcere em 1999, quando conseguiu liberdade condicional. Em 2000, a pena foi considerada cumprida.
Já a mãe da primeira-dama, Maria das Graças , chegou a ser indiciada por falsidade ideólogica por possuir duas identidades, uma verdadeira e outra falsa, onde não era constado o nome do pai e com uma data de nascimento nove anos mais tarde. O processo, no entanto, foi arquivado. Um tio da primeira-dama, João Batista Firmo Ferreira, também foi detido no ano passado acusado de integrar uma milícia no Sol Nascente.
Ainda de acordo com a reportagem, o passado criminoso da família materna causou o afastamento de Michelle da mãe e dos demais parentes.
Em abril deste ano, Maria Aparecida, disse, em entrevista à revista Veja que não via a neta a cerca de seis anos. Ela não foi convidada para a posse, assim como a mãe de Michelle, Maria do Carmo. "É minha neta, cresceu lá em casa, mas agora ela é a primeira-dama", disse a idosa.
Apesar da distância da neta, Maria Aparecida elogiou o presidente. "Eu gosto muito do Jair. Gostei desde a primeira vez. Ele sempre me abraçava, me beijava, me chamava de vó. Vou abraçar e beijar o meu presidente, agora. Ele é uma pessoa muito humilde. Tenho certeza de que, se eu chegar lá, ele vai me receber com muito carinho", contou a avó de Michelle Bolsonaro .