Nesta quinta-feira (15), Jair Bolsonaro foi questionado por jornalistas na porta do portaria do Palácio da Alvorada sobre a recente expulsão do deputado federal Alexandre Frota do PSL. De forma curta e grossa, o presidente foi enfático e disse 'desconhecer' o ex-colega de legenda.
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"Quem é Alexandre Frota? Sei nem quem é esse", declarou Bolsonaro , antes de seguir para a agenda do dia no Palácio do Planalto .
Na última terça-feira (13), o partido decidiu por 9 votos a 0, pela expulsão de Frota, acatando pedido feito pela também deputada Carla Zambelli (PSL-SP), que dizia que a situação do deputado dentro da legenda havia ficado "insustentável" e que ele estava se aproximando demais da ideologia do PSDB .
Do amor ao ódio
Na época da campanha, Frota chegou a ser um dos mais fervorosos cabos eleitorais de Bolsonaro. Filiado à sigla desde março do ano passado, Frota viveu “lua de mel” com os colegas antes de começar a criticar publicamente as ações do governo e a postura da bancada do PSL no Congresso. Sua chegada ao partido, por exemplo, foi precedida por um convite público de Bolsonaro, em tom de brincadeira, para que ele ocupasse um ministério.
Você viu?
"Olá, Frota. Parabéns, felicidades, tá ok? Se você quer me ver presidente um dia, eu quero te ver ministro da Cultura. Já imaginou?", disse o então pré-candidato à Presidência da República em um vídeo publicado pelo próprio Frota em março de 2018.
A relação com o ministro Paulo Guedes (Economia) também foi de harmonia durante a tramitação da reforma da Previdência na Câmara. Frota se empenhou para mobilizar parlamentares a favor da reforma, virar votos e tentar blindar Guedes de críticas. O comportamento dele foi elogiado pelo ministro e pelo presidente da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ).
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Porém, o momento de harmonia acabou ficando no passado. Nas últimas semanas, Frota passou a criticar Bolsonaro por atitudes das quais discorda, como a provável indicação do filho Eduardo para a Embaixada do Brasil nos Estados Unidos e a não apresentação de recurso no processo que declarou Adélio Bispo inimputável.
Além disso, o deputado fez duros ataques ao 'guru' da família Bolsonaro, Olavo de Carvalho, e chegou até a compartilhar reportagem que denunciava o nepotismo do presidente e de seus familiares.
Por fim, ainda sobrou tempo para atacar a própria Zambelli , afirmando que ela fazia “ativismo infantil” ao criticá-lo por se aproximar do governador de São Paulo, João Doria, do PSDB, e o senador Major Olímpio, a quem acusou de instalar uma "milícia de ex-PMs" no PSL .