O presidente JairBolsonaro (PSL) recebeu na manhã desta quinta-feira, sem registro na agenda, mais um nome que corre por fora na sucessão ao comando da Procuradoria-Geral da República ( PGR ) , o subprocurador Paulo Gonet , que já foi sócio do ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Gilmar Mendes. Ele foi levado ao Palácio do Planalto pela deputada federal Bia Kicis (PSL-DF) e pelo ministro do Tribunal de Contas da União (TCU) Walton Alencar , que apoiam o nome de Gonet para o cargo.
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A presença de Gonet não estava registrada na agenda oficial de Bolsonaro
para esta quinta-feira --constavam oficialmente apenas a deputada Bia e o ministro Walton, para um encontro com Bolsonaro às 9h no Palácio do Planalto. Questionada sobre o encontro, a Secretaria de Comunicação Social confirmou a presença do subprocurador e informou que seu nome constará na próxima atualização da agenda.
O nome de Gonet passou a ganhar força nos bastidores da sucessão ao comando da PGR nas últimas semanas graças ao apoio do ministro Gilmar Mendes , que, segundo fontes do STF, teria deixado de apoiar a recondução da atual procuradora-geral da República Raquel Dodge para concentrar suas forças no aliado, que no passado já foi seu sócio no Instituto de Direito Público (IDP). Gonet tem um perfil político considerado conservador, o que tornou seu nome atrativo para o Planalto.
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Nos últimos dias, Bolsonaro tem feito uma rodada de conversar com possíveis nomes cotados para o cargo. Na tarde de ontem, às 15h30, o presidente recebeu no Planalto o procurador regional Lauro Cardoso, que chegou a se candidatar na votação interna da categoria que forma a lista tríplice, mas não teve votos suficientes para estar entre os três nomes indicados ao presidente.
Ainda na manhã desta quinta, Bolsonaro recebeu às 10h representantes do Ministério Público Militar: Jaime de Cassio Miranda, que é o atual procurador-geral de Justiça Militar; e Marcelo Weitzel Rabello de Souza, subprocurador-geral de Justiça Militar. O nome de Weitzel também é ventilado como candidato ao comando da PGR.
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Bolsonaro não se comprometeu a seguir a lista tríplice formada por votação interna dos procuradores, que é encabeçada pelo subprocurador Mário Bonsaglia, e tem afirmado que avalia nomes de dentro e de fora da lista. O presidente já afirmou que deve fazer sua indicação até a próxima segunda-feira. Um dos nomes mais fortes nos bastidores do Planalto é do subprocurador Augusto Aras, que também corre por fora da lista, e tem o apoio do ex-deputado Alberto Fraga (DEM-DF).
A escolha do PGR é prerrogativa do presidente da República, mas tem sido escolhido um nome da lista tríplice desde 2003. A lista, apontam seus defensores, representa a vontade da categoria e garante um nome que passou por debates transparentes para apresentar suas propostas à sociedade.