O presidente Jair Bolsonaro afirmou nesta sexta-feira que irá responder a uma ação no Supremo Tribunal Federal ( STF ) que pede esclarecimentos sobre suas declarações sobre o desaparecimento do militante político Fernando Santa Cruz . Bolsonaro disse, no entanto, que irá apenas enviar as declarações que já fez sobre o assunto e que motivaram a apresentação da ação.
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"Mesmo eu não sendo obrigado, eu presto [as explicações]. Não falei nada demais. Vou entregar o vídeo, vou fazer a degravação e mandar", afirmou Bolsonaro .
Na segunda feira, Bolsonaro disse que, se o presidente da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB), Felipe Santa Cruz, quisesse, poderia contar a ele em que condições ocorreu o desaparecimento de seu pai durante o regime . Ainda naquele dia, disse que o militante foi morto por colegas da organização da qual fazia parte, versão que não condiz com documentos da época e nem com o resultado da investigação da Comissão Nacional da Verdade, que apontam que Santa Cruz foi morto por agentes do Estado.
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"Eu não tenho essa obrigação (de responder o STF). Agora, é só transcrever o que eu falei para vocês. O que eu falei de mais para vocês? Me responda. O que eu tive conhecimento na época. Eu ofendi o pai dele? Não ofendi o pai dele. O que eu tive conhecimento na época, o assunto foi esse", disse Bolsonaro nesta sexta.
A ação no STF foi apresentada na quarta-feira pela OAB. O relator no STF, ministro Luís Roberto Barroso, deu um prazo de 15 dias para que Bolsonaro, caso queira, responda aos questionamentos.
Nesta sexta-feira, o presidente afirmou que lamenta as mortes "dos dois lados" da época da ditadura militar, mas afirmou que isso não teria ocorrido se não houvesse a "vontade de implantar o comunismo ". A suposta ameaça do comunismo foi a justificativa do golpe militar de 1964.
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"Lamento todas as mortes que tiveram dos dois lados. Se não tivesse aquela vontade de implantar o comunismo no Brasil, não teria acontecido nada disso. Se tivessem aceitado a normalidade do que aconteceria", opinou Bolsonaro
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