Vinicius Loures/Câmara dos Deputados - 25.6.19
"Não é jornalista, é militante", diz Bolsonaro sobre Glenn Greenwald

O presidente JairBolsonaro voltou a atacar, nesta terça-feira, o jornalista Glenn Greenwald , fundador do site "The Intercept",  responsável por divulgar mensagens atribuídas a procuradores e políticos, a quem chamou de "militante". Bolsonaro insistiu que Greenwald cometeu um crime, mas se recusou a responder se está tendo acesso ao inquérito da Polícia Federal que apura a atuação de hackers.

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Bolsonaro voltou a insinuar  o envolvimento de dinheiro no vazamento de mensagens.  O site vem publicando desde o mês passado mensagens trocadas entre procuradores da República e o ex-juiz Sergio Moro, atual ministro da Justiça no governo Bolsonaro.

"Aqui, o Greenwald é jornalista?  Ah tá, o Greenwald é jornalista? Ele é jornalista? Ele é militante. Eles já acharam 100 mil reais com gente deles lá", afirmou. 

Segundo as reportagens, Moro orientou os procuradores , deixando de atuar com imparcialidade nos processos da Operação Lava-Jato. A PF prendeu quatro suspeitos de invadirem os telefones dos procuradores e outras pessoas. O hacker Walter Delgatti Neto disse que enviou o conteúdo ao site de forma anônima e sem receber qualquer pagamento.

"O primeiro crime é invasão. Foi por terceiros", disse Bolsonaro,  na saída do Palácio do  Alvorada, onde se encontrou na manhã de hoje com o presidente da Câmara, Rodrigo Maia. No encontro, segundo o presidente, eles trataram sobre o segundo turno da reforma da Previdência. Maia deixou o local sem dar declarações.

O presidente foi contestado com a informação de que não há evidências sobre a participação do jornalista na invasão apontada pela PF, mas insistiu que Glenn Greenwald cometeu uma ilegalidade ao publicar os dados obtidos por meio de ação hacker.

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"Quando você pega uma informação dessa e se tivesse informação. Nem sei se tem e nem sei se é verdade o que tiram lá de dentro, e começa a passar para frente. Você está dando repercussão a um crime, pô, você tem que ter a obrigação de desvendar aquele crime",  disse. 

Ao ser questionado se tem acesso ao inquérito da Polícia Federal, Bolsonaro encerrou a entrevista: "Isso é reservado, tá ok, pessoal? Obrigado aí", disse.

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