O presidente doSenado, Davi Alcolumbre (DEM-AP), leu nesta quarta-feira, durante sessão do Congresso, o requerimento de instalação da Comissão Parlamentar Mista de Inquérito (CPMI) destinada a investigar a utilização de notícias falsas nas eleições do ano passado, chamada de CPMI das Fake News.
O ato é criticado pela situação, principalmente pelo PSL. O senador Flávio Bolsonaro (PSL-RJ), afirmou ao GLOBO que a oposição quer usar a CPMI das fake news como palanque político e afirmou que o governo não tem preocupação.
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"É uma CPI fake. Estão mirando no alvo para fazer palanque político. Não tem o menor sentido, menor objeto. Preocupação nenhuma da nossa parte. Vão encontrar milhões de robôs voluntários que foram votar na gente e trabalharam de graça porque acreditaram", disse.
Flávio Bolsonaro ainda ironizou e disse que seria possível encontrar algo "mais interessante" se o site "The Intercept Brasil" fosse investigado, por ter divulgado mensagens de procuradores e do ministro da Justiça, Sergio Moro.
A comissão contará com 15 deputados e 15 senadores e terá duração de 180 dias. Os líderes dos partidos e blocos são responsáveis for fazer a indicação dos membros. Ainda não há data para a instalação. "Precisamos tornar atos virtuais em consequências reais", escreveu Alcolumbre no Twitter.
A CPMI vai investigar quatro temas: utilização de perfis falsos para influenciar os resultados das eleições, ataques cibernéticos que atentam contra a democracia e o debate público, a prática de "cyberbullying" e o aliciamento de crianças para o cometimento de crimes de ódio e suicídio. A oposição espera investigar a campanha do presidente Jair Bolsonaro.
"É uma esperança para o Brasil, porque a eleição de Bolsonaro foi feita de fake news , de mentiras que todos nós assistimos e vimos posteriormente. Quando o Congresso Nacional, agora, faz a leitura e vai instalar uma CPI para verificar o que aconteceu no processo eleitoral, abre-se uma possibilidade para o país fazer um debate sério sobre que tipo de governo temos e como esse governo foi eleito", discursou o deputado Rogério Correia (PT-MG).