"Hackers de juízes não vão interferir na missão", diz Moro sobre queda de crimes
Ministro celebra redução nos registros de homicídios, estupros, roubos e furtos e rebate revelação de conversas com coordenador da Lava-Jato
Por iG Último Segundo | - Com informações da Agência O Globo |
O ministro da Justiça e Segurança Pública Sérgio Moro apresentou, na manhã desta quarta-feira (12), um balanço de crimes cometidos no primeiro bimestre. Ao concluir que houve redução em casos de homicídios, estupros, roubos e furtos, o ex-juiz da Lava Jato em Curitiba afirmou que "hackers não vão interferir" em sua "missão" no governo federal.
No último domingo, o site The Intercept Brasil divulgou conversas que Moro teve com o procurador do Ministério Público Federal (MPF) Deltan Dallagnol entre 2016 e 2017. Nas mensagens, o então juiz sugere a troca de ordem de operações, cita o nome de uma fonte que podia ser ouvida pelo MPF e conversa sobre a aprovação de requerimentos da acusação. Moro e Deltan alegam que foram vítimas de um ataque criminoso de um hacker e negam que tenham combinado a atuação da Lava-Jato.
Ao publicar dados que indicam a queda da criminalidade no Brasil no primeiro bimestre deste ano, o ministro fez algumas ressalvas, citando também o vazamento das conversas. "Hackers de juízes, procuradores, jornalistas e talvez de parlamentares, bem como suas linhas auxiliares ou escândalos falsos não vão interferir na missão", afirmou Moro em sua conta do Twitter.
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Ressalvas:4-ajudaria a aprofundar a queda a aprovação do projetoanticrime, mas respeitamos a prioridade da NovaPrevidência;5 -hackers de juízes, procuradores, jornalistas e talvez de parlamentares, bem como suas linhas auxiliares ou escândalosfalsos não vão interferir na missão
— Sergio Moro (@SF_Moro) 12 de junho de 2019
Segundo dados do Sistema Nacional de Informações de Segurança Pública (Sinesp), roubos de carga caíram 40,6% entre o primeiro bimestre de 2019 e o mesmo período do ano anterior. Roubos de carro caíram 28,3%. Houve redução de 23% nos casos de homicídio e de 7% nos registros de estupros.
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Ao comentar os dados, Moro admitiu que "os números ainda são altos" e ponderou que "muitos fatores influenciam a queda, o mérito não é só do governo federal". Segundo ele, a aprovação do pacote anticrime que enviou ao Congresso ajudaria ainda mais a aumentar a queda nos índices criminais. Mas o ministro disse respeitar a prioridade de tramitação da reforma da Previdência.