"Moro tem mais credibilidade que o nosso presidente", diz líder do PSL

Delegado Waldir defende criação de CPI para investigar ação de hackers e vazamento de conversas entre o ministro Sérgio Moro e Deltan Dallagnol

Foto: Cleia Viana/Câmara dos Deputados
delegado Waldir

O líder do PSL na Câmara, Delegado Waldir (GO), disse ao Globo nesta terça-feira (11) que o ministro da Justiça, Sergio Moro, tem mais credibilidade junto à opinião pública do que o presidente da República, Jair Bolsonaro. Waldir saiu em defesa de Moro após a divulgação de mensagens pelo site Intercept Brasil

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"Doutor Sérgio Moro é uma pessoa de reputação ilibada. O que eles (da oposição) podem tentar é explorar politicamente (o caso). Mas quanto mais atacam, mais forte ele fica. Doutor Sergio Moro tem mais credibilidade  que o nosso presidente da República. Ele é um ícone do nosso governo e tem total apoio das ruas. Não vão macular o nome dele", disse o líder do PSL.

A reportagem do site Intercept Brasil mostrou mensagens trocadas entre o então juiz federal Sérgio Moro e o procurador Deltan Dallagnol. Segundo o site, Moro deu orientações ao procurador sobre como atuar em processos da Lava Jato, inclusive em um que investigava o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva. Procuradores também teriam discutido como barrar uma entrevista do líder petista à Folha de S. Paulo , autorizada pelo ministro do STF Ricardo Lewandowsk.

Delegado Waldir defendeu ainda uma CPI para investigar a ação de hackers que tiveram inicialmente acesso ao conteúdo. 

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"Não vamos transformar mocinho em bandido não. Esse vazamento do Intercept mostra o braço criminoso do PT na contrainteligência e nas redes sociais. Não foi à toa que nós fizemos um pedido de instalação de CPI e também protocolamos um projeto que aumenta pena de crime quando praticado contra ministros de estado, o Poder Judiciário, Ministério Público e policiais."

O líder do PSL também disse acreditar que o ministro tenha apoio no Congresso. Ele citou a votação apertada de destaque sobre a transferência do Conselho de Controle e Atividades (Coaf) para o Ministério da Economia. Moro, que queria o órgão na pasta da Justiça, perdeu a votação por um placar de 228 a 210.

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"O doutor Sérgio Moro é um ministro que tem expressivo apoio aqui. Ele teve 210 votos na questão do Coaf. Ele abriu mão de um salário de R$ 40 mil para receber R$ 20 mil. Então, qual é a vantagem financeira? Quem são os bandidos? Quem dilapidou a Petrobras, o Banco do Brasil, Correios?", afirmou o delegado.