Os ex-deputados federais Jean Wyllys (PSOL) e Manuela D'Ávila (PCdoB) disseram que vão processar o jornalista e apresentador Edilásio Barra, que será o novo secretário do Audiovisual do governo Jair Bolsonaro (PSL). As informações são da jornalista Mônica Bergamo, da Folha de S.Paulo.
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O futuro secretário, conhecido como "tutuca", compartilhou em sua conta do Instagram uma foto na qual afirma que Jean Wyllys e Manuela teriam sido os mandantes da facada contra Bolsonaro durante a campanha. A publicação dizia ainda que o ex-deputado teria renunciado e mudado de país por conta disso.
"O cerco está fechando, Jean Wyllys Manuela D'vila (sic) são os principais suspeitos como mandantes no crime contra Bolsonaro. Esse é o motivo de sua renúncia! Fugir para Cuba e pedir asilo político!", diz o post, que conta com fotos dos dois parlamentares e de Adélio Bispo, autor da facada. Barra apagou a publicação logo depois de ser procurado pela Folha .
Em sua conta do Twitter, Manuela compartilhou um print do Instagram de Barra e afirmou que vai entrar na Justiça.
"Sabem quem é esse caluniador que provoca ira, ódio e ameaças contra mim e Jean? O secretário de audiovisual da Presidência da República!!!! Dá pra imaginar no q virou o Brasil?! Eu e @jeanwyllys_real exigiremos judicialmente a reparação pelo dano causado pelo Secretário 'tutuca'", escreveu.
Wyllys também disse ao jornal que os dois vão processar o novo secretário conjuntamente. Além disso, o PCdoB e PSOL também vão tomar providências.
"Ele espalhou deliberadamente uma fake news contra duas pessoas públicas, uma mentira abjeta que colocou nossas vidas em risco. Sob suas mãos, o audiovisual vai se transformar numa fábrica de mentiras para destruir vidas alheias", afirmou o ex-deputado. "Ele terá que se retratar publicamente e pagar pelos danos à nossa imagem. Além de ser um criminoso, ele é um incompetente e um cafona", completou.
As investigações da Polícia Federal sobre a facada contra Bolsonaro concluíram que Adélio Bispo agiu sozinho e por motivação política. Na semana passada, o juiz Bruno Savino, da 3ª vara da Justiça Federal em Juiz de Fora, o considerou como "iniputável", ou seja, não pode ser punido criminalmente, por ter sido diagnosticado com Transtorno Delirante Persistente.
Edilásio Barra assume em julho o lugar do diretor Pedro Henrique Peixoto no Centro Técnico do Audiovisual. Apelidado de "tutuca", Barra disse à Folha
que não irá se pronunciar sobre o caso, assim como a Secretaria Especial de Cultura, vinculada ao Ministério da Cidadania.