Fachin vota por tornar réus quatro denunciados em ação contra 'quadrilhão do PP'

Julgamento de denúncia por organização criminosa contra quatro parlamentares do partido se dá na 2ª Turma do STF; faltam quatro votos

Senador Ciro Nogueira (PP-PI), presidente nacional do PP, é um dos alvos de denúncia da PGR no STF
Foto: Moreira Mariz/Agência Senado - 9.9.14
Senador Ciro Nogueira (PP-PI), presidente nacional do PP, é um dos alvos de denúncia da PGR no STF

O ministro Edson Fachin, relator dos processos da Operação Lava Jato no Supremo Tribunal Federal (STF), votou nesta terça-feira (4) pelo recebimento da denúncia contra quatro integrantes do Partido Progressista (PP) por organização criminosa .

O grupo foi acusado de desviar dinheiro da Petrobras. Os outros quatro ministros da Segunda Turma devem votar na próxima semana. Se prevalecer a posição do relator, serão transformados em réus o deputado Eduardo da Fonte ( PP -PE), que já é réu em outra ação penal no STF; os deputados Arthur Lira (PP-AL) e Aguinaldo Ribeiro (PP-PB) e o senador Ciro Nogueira (PP-PI). 

É a primeira denúncia analisada pelo STF que atribuiu a integrantes de um partido político a participação em uma organização criminosa. Segundo a acusação do então procurador-geral da República, Rodrigo Janot , o grupo teria desviado R$ 390 milhões da estatal.

O julgamento foi agendado inicialmente para 2 de abril, mas houve uma série de adiamentos. No dia 21, começaram os debates, com a sustentação oral de advogados e do Ministério Público Federal. Nesta terça-feira, como o ministro Celso de Mello estava ausente, os outros integrantes da Segunda Turma concordaram em retomar o julgamento na próxima semana, com a presença de todos.

O inquérito foi aberto no início da Lava Jato , em março de 2015, para investigar a participação de 39 políticos do PP, PT e PMDB na suposta organização criminosa que atuava na estatal. Esse inquérito foi fatiado em quatro investigações sobre organização criminosa, sendo alvos o PP, o PT, o PMDB do Senado e o PMDB da Câmara.

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"A denúncia descreve de forma clara, objetiva e individualizada a atuação de cada um dos denunciados que, desde 2004, utilizando-se dos mandatos parlamentares e, na qualidade de membros do Partido Progressista , integraram pessoalmente o núcleo político de uma grande organização criminosa estruturada para arrecada em proveito próprio e alheio vantagens indevidas por meio da utilização de diversos órgãos e entidades da administração pública direta e indireta, notadamente a Petrobras, o Ministério das Cidades, e o Instituto de Resseguros do Brasil", disse, no dia 21, o subprocurador-geral da República Edson Almeida.

Na mesma ocasião, os advogados dos investigados negaram as acusações.