Alckmin chama Bolsonaro de "oportunista" e "desleal" por ataques a Maia
Ex-governador de São Paulo destacou que presidente Bolsonaro está há 30 anos na política e o criticou por jogar a sociedade contra instituições
Por Agência O Globo |
O ex-governador Geraldo Alckmin (PSDB) criticou nesta sexta-feira (31) o presidente Jair Bolsonaro (PSL), classificando ele de "oportunista" e "desleal" por atacar o presidente da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ) e as instituições mesmo estando há 30 anos na política.
Alckmin discursou durante a convenção nacional do PSDB, onde transmitiu a presidência do partido para o ex-ministro Bruno Araújo . Maia estava presente no evento.
Na semana passada, Maia foi um dos principais alvos de manifestações convocadas por apoiadores de Bolsonaro, que tiveram muitas críticas ao Congresso e ao Supremo Tribunal Federal (STF). Bolsonaro apoiou as manifestações, dizendo que elas eram um "recado àqueles que teimam com velhas práticas", mas ressaltou não concordar com pedidos de fechamento do Congresso e do STF. O presidente não criticou Maia, mas a relação entre os dois já passou por diversos atritos desde o início do governo.
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"Tem a minha solidariedade, Rodrigo Maia, desses oportunistas, políticos por 30 anos, ele e a família inteira, e em uma deslealdade vem atacar a vida dos homens públicos, jogando a sociedade contra as sua instituições", afirmou Alckmin, no encerramento da convenção.
O tucano também criticou o PT, dizendo que o petismo e o bolsonarismo são "mentiras que precisam ser enfrentadas".
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"Nós não temos duas verdades, a extrema-direita e a extrema-esquerda. Temos duas grande mentiras, o petismo e o bolsonarismo. Duas mentiras que precisam ser enfrentadas", disse.
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Alckmin também criticou a política de flexibilização do posse e porte de armas que tem sido adotada por Bolsonaro, afirmando que "querer aumentar a distribuição de armas é uma irresponsabilidade".
Presidente da Câmara defende partidos
Antes, Rodrigo Maia havia defendido os partidos e as instituições. Sem fazer referência aos protestos, ele criticou quem afirma que é possível governar sem as legendas partidárias.
"Não adianta atacarmos instituições, falar que a gente consegue governar o Brasil sem os partidos políticos. Eles são importantes e o PSDB mostra aqui hoje", ponderou.
O presidente da Câmara também elogiou uma fala do governador do Rio Grande do Sul, Eduardo Leite (PSDB), de que é preciso ousar ser ponderado, mas lamentou que a radicalização política torne isso necessário.
"Só em um momento de tanta radicalização que a gente pode dizer que ser ponderado é ser ousado. Ser ponderado deveria ser sempre o norte de todos os políticos do Brasil", completou Maia, defendido por Alckmin .