Sem Bolsonaro, apoiadores vão às ruas em defesa do governo e contra o centrão
Atos agendados para ocorrer em diversas cidades têm como alvos o STF e grupo político que impôs derrotas ao Planalto no Congresso; presidente não irá a manifestações, que desta vez também não contam com suporte do MBL
Por iG Último Segundo |
Grupos de apoiadores do governo Jair Bolsonaro (PSL) agendaram para este domingo (26) manifestações para diversas cidades do País. Os atos têm como mote a defesa da gestão do presidente e protestar contra o chamado centrão – grupo que reúne partidos como PP, PR, PRB e DEM, do presidente da Câmara, Rodrigo Maia (RJ).
As manifestações foram convocadas por grupos como o Nas Ruas – encabeçado pela deputada Carla Zambelli (PSL-SP) –, Patriotas Lobos Brasil, Avança Brasil, Ativistas Independentes e Direita São Paulo. Há atos marcados para ocorrer em capitais como São Paulo, Brasília, Curitiba e Salvador, e em cidades como Chapecó (SC), São José do Rio Preto (SP) e Santos (SP).
Grupos com maior estrutura, como o Movimento Brasil Livre (MBL) e o Vem Pra Rua, que, no passado, promoveram manifestações em apoio a Bolsonaro , não entraram na articulação dos protestos desta vez. O próprio presidente disse que também não participará das manifestações e o PSL anunciou que não apoiará os atos institucionalmente .
O MBL, em nota, justificou seu não envolvimento com a "estranha manifestação" alegando que os atos têm "pautas antirrepublicanas", tais como a defesa do fechamento do STF.
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Principal alvo dos apoiadores do governo, o centrão é tomado como inimigo do presidente em razão da morosidade em relação ao andamento da reforma da Previdência na Câmara e pelas recentes derrotas do Planalto no Congresso. As mais recentes delas tratam-se da convocação do ministro da Educação, Abraham Weintraub, para prestar esclarecimentos na Câmara e a retirada do Coaf (Conselho de Controle de Atividades Financeiras) das mãos do ministro Sérgio Moro (Justiça e Segurança Pública).
Os atos também têm como alvo o Supremo Tribunal Federal (STF), que analisa matérias de interesse do governo. A Corte analisa, por exemplo, ações que contestam o decreto presidencial sobre o porte de armas e também o contigenciamento de verbas para universidades e institutos federais de ensino superior.
A decisão de Bolsonaro e de seu partido em não apoiarem oficialmente as manifestações deste domingo visa evitar atritos ainda maiores com o Congresso e também se distanciar de pautas como o ataque ao Poder Judiciário e o possível pedido de nova intervenção militar.
Em São Paulo, principal vitrine para manifestações
no País, a manifestação dos apoiadores do governo está marcada para ocorrer às 13h, na Avenida Paulista.