"Gostaria de ser dono de laranjal", ironiza Bolsonaro sobre candidaturas do PSL

Após receber homenagem na Firjan, presidente ironizou acusações de que partido tenha patrocinado candidatas de fachada para beneficiar eleitos

Foto: Marcos Corrêa/PR
Bolsonaro ironizou as denúncias sobre o laranjal do PSL


O presidente Jair Bolsonaro ironizou nesta segunda-feira (20) as denúncias dobrecandidaturas laranjas do PSL e disse que até gostaria de ser dono de um laranjal, porque "laranja é um produto rendoso". A declaração foi feita durante discurso após receber a Medalha do Mérito Industrial concedido pela Federação das Indústrias do Estado do Rio (Firjan). 

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Bolsonaro afirmava sobre o laranjal para o público, composto principalmente por empresários e membros do setor industrial, que buscaria facilitar ao máximo a vida dos empreendedores em seu governo. O presidente citou, então, sua própria campanha em 2018, afirmando que gastou "menos de 1 milhão de dólares" na disputa presidencial. De acordo com o TSE, Bolsonaro arrecadou R$ 4,3 milhões, sendo a maior parte - R$ 3,3 milhões - fruto de financiamento coletivo, e contratou despesas que totalizaram R$ 2,4 milhões.

"Meu partido recebeu R$ 9 milhões dentro de R$ 1,6 bilhão do fundo eleitoral e fiz questão de não usar esse recurso. E de vez em quando nos acusam de ter candidatura laranja aqui no Rio de Janeiro", ironizou Bolsonaro .

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De acordo com reportagem da Folha de S. Paulo , publicada em fevereiro, 33 candidatas do PSL no Rio fizeram pagamentos para contratar a empresa Ale Solução e Eventos durante a eleição de 2018, totalizando repasses de R$ 26 mil. A empresa é de Alessandra Ferreira de Oliveira, ex-assessora de Flávio Bolsonaro na Alerj e contadora do PSL. Dessas 33 candidatas, 26 tiveram menos de 2 mil votos, segundo a reportagem.

 "As três candidatas laranjas no Rio, cada uma recebeu R$ 1,8 mil para pagar o contador e prestar conta, mas não colocam o valor. Aí eu sou dono do laranjal aqui no Rio de Janeiro. Até gostaria que fosse (dono de laranjal), a laranja é um produto bastante rendoso aí", completou o presidente, em tom de piada.

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Os diretórios do PSL de Minas Gerais e Pernambuco também são alvos de acusações de patrocínio a candidaturas laranjas. O ministro do Turismo Marcelo Álvaro Antônio, presidente do PSL mineiro à época das eleições de 2018, é investigado pelo Ministério Público em Minas Gerais e pela Polícia Federal por ter supostamente ter abastecido candidaturas femininas de fachada com dinheiro dos fundos partidário e eleitoral.

Em Pernambuco, estado do presidente da legenda, Luciano Bivar, uma candidata que obteve apenas 68 votos recebeu R$ 400 mil de fundo partidário do PSL. As denúncias de  laranjal impulsionaram a demissão do ministro da Secretaria-Geral da Presidência, Gustavo Bebianno , que foi presidente interino do PSL durante as eleições de 2018.