O senador Flávio Bolsonaro (PSL-RJ) afirmou neste domingo que a investigação conduzida pelo Ministério Público do Rio de Janeiro (MP-RJ) sobre a movimentação financeira considerada atípica em sua conta corrente e na de seu ex-assessor, Fabrício Queiroz , é ilegal e deve ser arquivada.
Em entrevista ao jornal O Estado de São Paulo , Flávio diz ainda que integrantes do MP estão tentando atacar sua imagem para atacar o governo de seu pai, o presidente Jair Bolsonaro, e que o órgão está "esculachando o Judiciário": Vejo que há grande intenção de alguns do Ministério Público de me sacanear".
Flávio diz não saber o paradeiro de seu ex-assessor Fabrício Queiroz , que apareceu em relatório do Conselho de Controle de Atividades Financeiras (Coaf), por movimentações financeiras de mais de R$ 1,2 milhão consideradas suspeitas. O senador conta que não falou mais com Queiroz desde que ele foi submetido a uma operação para a retirada de um câncer no Hospital Albert Einstein, em São Paulo, e que "talvez" seu erro tenha sido "confiar demais nele".
"Quem tem que cobrar agora explicações é o Ministério Público. Óbvio que cobrei também, mas ele não me deu as explicações precisas à época, me deu de forma genérica. Agora é o Ministério Público que tem de apurar. Talvez meu erro tenha sido esse: confiar demais nele, sem dúvida", diz.
O senador nega que houve em seu gabinete na Assembleia Legislativa do Rio (Alej) a chamada "rachadinha" — prática de servidores devolverem parte dos salários aos deputados. Em fevereiro, o ex-assessor confirmou em depoimento por escrito que servidores do gabinete de Flávio Bolsonaro devolviam parte do salário e que esse dinheiro era usado para ampliar a rede de colaboradores junto à base eleitoral do então deputado.
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Ao ser questionado se os servidores de seu gabinete lhe contaram sobre a prática de devolverem parte do salário para Queiroz , Flávio nega.
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O senador acusa ainda o Ministério Público do Rio de vazar informações sobre a investigação que é alvo para a imprensa e diz que há uma "perseguição implacável" no Rio contra ele.
"No meu caso, foi tão absurdo que o Ministério Público pedia por e-mail ao Coaf para que notificasse o banco e tivesse informações que nem o Coaf tinha".
Segundo Flávio , o MPRJ pedirá à Justiça a quebra dos sigilos fiscais e bancários dele e do seu ex-motorista, como informou o colunista Lauro Jardim , para "dar um verniz de legalidade naquilo que já está contaminado". O colunista de O GLOBO informou que o MP vai tornar a dupla formalmente investigada.
"Eles querem requentar uma informação que eles conseguiram de forma ilegal, inconstitucional. Como viram a cagada que fizeram, agora querem requentar, dar um verniz de legalidade naquilo que já está contaminado e não tem mais jeito".