Para o presidente do Supremo Tribunal Federal (STF) , ministro Dias Toffoli, o inquérito aberto por ele para investigar ofensas à Corte não teria instaurado qualquer tipo de crise entre os onze ministros ou ainda entre eles e as outras esferas de poder. Para o magistrado, personagem principal de uma reportagem censurada no âmbito desse inquérito pelo ministro Alexandre Moraes, as controvérsias em torno da atuação do mais alta instância do poder Judiciário são casualidades comuns à democracia.
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"Essa coisa de existe crise, existe crise, existe crise... Isso é incorreto porque o que faz a democracia viver é a pluralidade, são os embates", disse Toffoli em entrevista ao jornal Valor Econômico ; ele destacou à publicação que, em sua opinião, a sociedade confunde os embates típicos da democracia com crises reais.
A resposta foi dada pelo ministro após ele ter convidado o entrevistador a mudar de assunto quando questionado sobre a existência de uma crise no Supremo . Em um primeiro momento, Toffoli comentou o tema abertamente, justificando a censura à reportagem da revista Crusoé em que um documento sobre ele era mencionado.
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A publicação tratava de uma colaboração do empreiteiro Marcelo Odebrecht com a Operação Lava-Jato, em que ele teria identificado Toffoli como um dos interlocutores da empreteira. Ele teria ganhado menção em e-mails trocados por executivos como se fosse " amigo do amigo do pai " de Marcelo, ou seja, um amigo do ex-presidente Lula, que tinha amizade com Emílio Odebrecht.
"Se você publica uma matéria chamando alguém de criminoso, acusando alguém de ter participado de um esquema, e isso é uma inverdade, tem que ser tirado do ar. Ponto. Simples assim", defendeu Toffoli
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