Em reunião no Palácio do Planalto na última segunda-feira (22), o ministro da Economia, Paulo Guedes, causou saia justa ao dizer que os deputados que fazem negociação política com base no ganho de cargos no governo - o chamado 'toma lá, da cá' - vão "acabar parando lá no Sérgio Moro". A informação veio à tona nesta sexta-feira (26) pelo jornal O Globo .
Segundo a publicação, três parlamentares confirmaram a declaração de Paulo Guedes . Na reunião estavam presentes também o presidente Jair Bolsonaro (PSL), o governador de Roraima, Antonio Denarium (PSL), o senador Chico Rodrigues (DEM-RR) e deputados do estado.
A crítica de Guedes aconteceu quando os políticos de Roraima discutiam a nomeação ao cargo de superintendente do Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária. Enquanto o governador dizia já haver um consenso sobre o indicado, o coordenador da bancada, deputado Hiran Golçalves (PP-RR) defendeu que precisava haver um debate em conjunto com outros cargos regionais oferecidos aos parlamentares.
Neste momento, o ministro da Economia afirmou que os deputados se elegem no primeiro mandato com visão idealista e depois se rendem aos métodos tradicionais da política. Guedes disse ainda que, com as negociações de cargos, pessoas que cometem delitos acabam escolhidas e assim eles próprios iam "acabar parando lá no Sérgio Moro".
Logo depois, no entanto, o líder do PRB, Johnatan de Jesus (RR) respondeu e afirmou que o governo deve aprender a fazer política, que a ocupação de cargos importantes nos estados faz parte da construção de políticas públicas e que os aliados precisam ser chamados para fazer parte dessa negociação.
Jesus também ressaltou que o Executivo tinha que parar de achar que apenas ele tem nomes qualificados para os cargos e deveria ouvir os parlamentares sem preconceito. Segundo o jornal, Paulo Guedes se desculpou em seguida e disse que não teve intenção de ofender os parlamentares. A reunião terminou em seguida e o nome do ministro não apareceu na agenda oficial de Bolsonaro como um dos presentes.