Em crise desde o início deste ano e correndo o risco de ser extinta, a Agência Brasileira de Promoção de Exportações e Investimentos (Apex Brasil) deve ganhar um novo titular até sexta-feira. Segundo fontes envolvidas diretamente no assunto, o nome escolhido pelo ministro das Relações Exteriores, Ernesto Araújo, e aprovado pelo presidente Jair Bolsonaro é o do almirante Sergio Ricardo Segovia Barbosa, diretor do Departamento de Tecnologia da Informação do Ministério da Defesa.
A instituição está sem presidente há cerca de duas semanas, desde a exoneração do embaixador Mário Vilalva pelo chanceler Ernesto Araújo em meio a divergências na diretoria da agência. Antes disso, em janeiro, o primeiro dirigente da agência que foi nomeado, Alex Carreiro, foi destituído após ficar uma semana no cargo . Ele não tinha as habilidades necessárias para o cargo, como fluência em inglês.
A saída de Carreiro e, em seguida, de Vilalva, foi motivada, principalmente, por divergências com outros diretores da agência, que sempre contaram com o apoio de Araújo. A Apex é subordinada, atualmente, ao Ministério das Relações Exteriores. O porta-voz da Presidência da República, Otavio do Rego Barros, afirmou que o órgão permanecerá sob o comando de Araújo.
Segundo funcionários do órgão, a falta de uma definição sobre o novo titular acabou paralisando planos e projetos que estavam sendo desenvolvidos pela agência.
Na semana passada, em entrevista à GloboNews , o ministro da Economia, Paulo Guedes, defendeu a extinção da Apex. De acordo com Guedes, o Itamaraty já faz promoção comercial, o que não justificaria manter a agência funcionando, ainda mais com tantos problemas. A diretoria da agência e representantes de funcionários reagiram. Uma nota oficial foi postada no site da Apex com argumentos pela sua permanência.
A possibilidade de extinção da agência chegou a ser discutida, no fim de 2018, durante a transição entre as equipes dos governos do ex-presidente Michel Temer e de Jair Bolsonaro. A ideia era que a Apex fosse incorporada, junto ao seu orçamento de quase R$ 800 milhões, pelo Ministério das Relações Exteriores. De acordo com uma fonte, seria uma forma de “animar as tropas diplomáticas”.
Segundo fontes envolvidas no assunto, vários nomes estavam sendo analisados, entre os quais o do assessor para assuntos internacionais da Presidência da República, Filipe Martins. Também não se descartava a escolha de outro diplomata de carreira.