O Ministério Público Federal (MPF) imputou mais duas denúncias contra o ex-presidente Michel Temer. Segundo as investigações, o ex-presidente comprou o silêncio do ex-presidente da Câmara, Eduardo Cunha e era o comandante do chamado "quadrilhão do MDB" na Casa. As informações são da revista Veja
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As denúncias foram apresentadas à Justiça Federal do Distrito Federal e são baseadas nas delações premiadas do ex-presidente da JBS, Joesley Batista e do doleiro Lúcio Funaro. A principal prova da investigação é a gravação de uma conversa entre Temer e Joesley, onde o então presidente diz para o empresário "manter isso aí", ao ser informado que ele estaria "de bem" com Cunha. De acordo com o MP, Temer aprovou o "pacto de silêncio" entre o empresário e ex-presidente da Câmara.
A denúncia também acusou o ex-presidente de comandar o chamado " quadrilhão do MDB ", que teria desviado R$ 587 milhões de contratos da Petrobras, da Caixa Econômica Federal, de Furnas, do Ministério da Integração Nacional e do próprio Congresso.
Ainda segundo a denúncia, fariam parte do grupo os ex-deputados Eduardo Cunha , Henrique Alves, Geddel Vieira Lima, Rodrigo Rocha Loures, Eliseu Padilha, além do ex-ministro Moreira Franco .
Advogado de Temer, Eduardo Carnelós afirmou que a segunda denúncia apresentada pelo ex-Procurador-Geral da República contra Michel Temer trazia duas imputações: formação de organização criminosa e embaraço à investigação. Nenhuma daquelas acusações tem fundamento em prova, e se amparam apenas nas palavras de delatores com quem o autor daquela obra acusatória fez um generoso e espúrio acordo.
Essa mesma denúncia foi apresentada pelo ex-procurador-geral da República, Rodrigo Janot, em setembro de 2017, mas acabou sendo rejeitada pela Câmara. Com o fim do mandato de Temer , a acusação desceu para primeira instância. Caso a denúncia seja aceita, o emedebista se tornará réu pela sexta vez.