O juiz Luiz Antonio Bonat, que assumiu o lugar de Sérgio Moro na Operação Lava Jato, negou o pedido da defesa do ex-presidente Lula para afastar o delegado da Polícia Federal Filipe Hille Pace, que investiga o petista. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo .
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A defesa de Lula entrou com três requerimentos para pedir a suspeição do delegado, alegando que Pace apontou que o codinome "amigo’" em uma das planilhas destinada a controle de propinas pela Odebrecht representava o ex-presidente. "O delegado citou o nome de Lula muito embora ele nem mesmo constasse como investigado naquele apuratório", justificou a defesa.
Os advogados informaram a Bonat que entraram com uma ação de reparação de danos contra o delegado, que inviabilizaria sua atuação nas investigações por "violação à legalidade à impessoalidade". Pace, por sua vez, afirmou ao juiz que não havia fundamento legal na ação da defesa e que a causa da suspeição teria sido criada pela própria.
O delegado disse ainda que "não é inimigo" do ex-presidente ou de seus advogados e não tem interesse no arquivamento da investigação, condenação ou absolvição do petista. "Este delegado, nos limites de suas atribuições legais e constitucionais, busca apenas apurar a verdade dos fatos, em tese, criminosos", argumentou.
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Bonat decidiu que, na fase de inquérito, cabe à autoridade policial reconhecer sua própria suspeição e que não há previsão legal para que um juiz tome essa decisão. “Importante destacar, que na resposta apresentada pelo Excepto fica delineada a inexistência de motivo a fundamentar a eventual suspeição”, apontou o magistrado.
A prisão de Lula , condenado a 12 anos por corrupção e lavagem de dinheiro, completou um ano neste domingo (7). Manifestações contra e a favor do ex-presidente tomaram conta das ruas de pelo menos dezessete capitais brasileiras.