O presidente da República, Jair Bolsonaro (PSL), usou sua página oficial no Twitter para comentar, na manhã desta segunda-feira (25), a confissão de Cesare Battisti, que admitiu envolvimento nos quatro homicídios pelos quais foi condenado à prisão perpétua. Battisti, segundo revelou hoje a imprensa italiana, matou duas pessoas e foi mandante de outros dois assassinatos.
"Battisti, 'herói' da esquerda, que vivia colônia de férias no Brasil e apoiado pelo governo do PT e suas linhas auxiliares (PSOL, PCdoB, MST), confessou pela 1º vez participação em quatro assassinatos quando integrou o grupo terrorista Proletários Armados pelo Comunismo", escreveu o presidente, ressaltando a relação de Cesare Battisti com a esquerda brasileira.
Mesmo condenado na Itália, Battisti passou quase 40 anos foragido. Boa parte desse período foi vivido no Brasil, onde ele chegou a ganhar refúgio do então ministro da Justiça, Tarso Genro. A decisão seria revogada pelo Supremo Tribunal Federal (STF), mas o então presidente da República Luiz Inácio Lula da Silva (PT), no último dia de seu segundo mandato, decidiu autorizar sua permanência no País.
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"Por anos denunciei a proteção dada ao terrorista, aqui tratado como exilado político. Nas eleições, firmei o compromisso de mandá-lo de volta à Itália para que pagasse por seus crimes", continou Bolsonaro , em seu comentário de hoje. "A nova posição do Brasil é um recado ao mundo: não seremos mais o paraíso de bandidos!”, acrescentou o presidente.
Para ilustrar os seus comentários, Bolsonaro ainda publicou uma imagem que mostra Battisti ao lado de políticos brasileiros, como Eduardo Suplicy (PT), Ivan Valente (Psol) e Chico Alencar (Psol).
Em todo o seu período de fuga, Battisti sempre se declarou inocente e dizia ser vítima de um "processo político". Após o então presidente Michel Temer ter ordenado sua extradição, em dezembro passado, ele fugiu para a Bolívia, onde seria detido no mês seguinte.
Battisti foi preso em Santa Cruz de La Sierra, na Bolívia, após ser considerado foragido no Brasil e ter sua extradição decretada ainda pelo ex-presidente Michel Temer (MDB).
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Atualmente, Cesare Battisti cumpre pena de prisão perpétua na penitenciária de Oristano, na Sardenha, em regime de isolamento diurno por seis meses. Ele tenta converter a sentença para 30 anos de prisão, pena máxima da legislação brasileira.