Ministro Dias Toffoli abriu um inquérito para investigar a disseminação de fake news contra ministros do Supremo
Nelson Jr./SCO/STF - 13.3.19
Ministro Dias Toffoli abriu um inquérito para investigar a disseminação de fake news contra ministros do Supremo

O ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), autorizou buscas – que estão sendo efetuadas na manhã desta quinta-feira (21) – relacionadas ao inquérito que apura uma onda de ataques e a disseminação de fake news contra ministros da Corte. Os mandados são cumpridos por agentes da Polícia Federal (PF), em São Paulo e em Alagoas.

A investigação corre em sigilo, mas sabe-se que dois suspeitos já foram identificados pela PF. Os mandados cumpridos nesta quinta, visam recolher computadores e aparelhos usados por operadores de uma rede organizada que espalha fake news sobre os ministros do STF. Uma outra ação ainda deve buscar tirar do ar as contas nas redes sociais dos suspeitos. 

Por trás das ações, pelo que se sabe até agora, estão um advogado de Maceió e um guarda civil metropolitano de Indaiatuba, município do interior de São Paulo.

O inquérito foi instaurado pelo presidente do STF, Dias Toffoli , no último dia 14, quando o ministro designou Alexandre de Moraes como seu relator. 

A abertura do inquérito foi uma medida tomada em consideração à "existência de notícias fraudulentas, conhecidas como fake news, denunciações caluniosas, ameaças e infrações revestidas de ânimos caluniantes, difamantes e injuriantes, que atingem a honorabilidade e a segurança do Supremo Tribunal Federal , de seus membros e familiares”, disse Toffoli.

Ao fazer o anúncio, Toffoli saiu em defesa da Corte e da liberdade de imprensa, afirmando que "não existe democracia sem uma imprensa livre". Naquele dia, a declaração do ministro foi dada em discurso inflamado, assim que a sessão do Supremo Tribunal Federal começou. 

“Tenho dito sempre que não existe Estado Democrático de Direito, não existe democracia, sem um Judiciário independente e sem uma imprensa livre”, disse o presidente do STF .

No Senado, parlamentares buscam instaurar uma chamada CPI da Toga , uma comissão parlamentar de inquérito que investigaria eventuais desvios de ministros em sua atuação dentro da corte. Recentemente, porém, o presidente do Senado Federal, Davi Alcolumbre (DEM-AP), indicou que não levará a CPI adiante.

Nas redes sociais, ministros vem sendo acusados de favorecerem a impunidade, quando não de corrupção. Segundo o STF, trata-se de fake news . Entre os alvos da apuração pela onda de ameaças ao STF, estão Deltan Dallagnol e Diogo Castor, ambos da força-tarefa do Ministério Público da Lava Jato.

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