Defesa de Lula protocola perícia para tentar anular sentença do caso do sítio

Perícia protocolada pelos advogados do ex-presidente junto ao STF afirma que a juíza Gabriela Hardt usou partes do texto da sentença de Moro para setenciar Lula no caso do sítio de Atibaia e pede anulação da condenação

defesa de Lula afirma que Gabriela Hardt usou trechos da sentença de Moro na sentença do sítio de Atibaia
Foto: Reprodução/Twitter
defesa de Lula afirma que Gabriela Hardt usou trechos da sentença de Moro na sentença do sítio de Atibaia


Os advogados de Luiz Inácio Lula da Silva protocolaram uma perícia no Supremo Tribunal Federal (STF), nesta quinta-feira (28), que sugere que a juíza Gabriela Hardt escreveu sua sentença sobre a condenação do ex-presidente no caso do sítio de Atibaia tendo como base o texto que o ex-juiz Sérgio Moro utilizou no caso do tríplex do Guarujá.

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De acordo com o laudo entregue pela defesa do petista, há “certeza técnica de que a sentença do sítio foi superposta ao arquivo de texto da sentença do tríplex, diante das múltiplas e extremamente singulares ‘coincidências’ terminológicas”. Assim, os advogados pedem que o STF suspenda a decisão de Gabriela Hardt , que condenou Lula a 12 anos e 11 meses por corrupção passiva e lavagem de dinheiro.

O documento assinado por Celso Mauro Ribeiro Del Picchia, membro Emérito da Associação dos Peritos Judiciais do Estado de São Paulo, da International Association of Forensinc Sciences [IAFS], da Associação Brasileira de Criminalística [ABC] e da Asociación Latinoamericana de Criminalística, indica que o texto de Hardt apresenta frases com os mesmos conjuntos e construções características da redação de Moro.

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De acordo com os advogados, o perito encontrou, no antepenúltimo parágrafo da sentença, uma clara referência de que a juíza apenas copiou e colou a decisão do hoje ministro da Justiça e Segurança Pública.

Os advogados alegam que há, na sentença da juíza, inclusive uma referência ao apartamento, sendo que o assunto tratado no texto se refere ao sítio de Atibaia .

 “Ali estão sendo apenas formalizadas decisões condenatórias pré-estabelecidas, inclusive por meio de aproveitamento de sentenças proferidas pelo ex-juiz da Vara, símbolo do programa punitivo direcionado”, afirma a defesa de Lula .

A magistrada assumiu que dizusou o texto da primeira condenação de Lula, aplicada pelo por Sérgio Moro, em julho de 2017, como ‘modelo’ e já enviou as correções após receber embargos. A condenação de 12 anos e 11 meses, porém, está mantida.

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Gabriela Hardt substituiu Sérgio Moro após o então juiz aceitar o convite para ser ministro da Justiça no governo Bolsonaro. Coube a magistrada interrogar Lula e sentenciar o ex-presidente no caso do sítio de Atibaia.