O advogado Felipe Santa Cruz, de 46 anos, foi eleito o novo presidente da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB) em cerimônia realizada na noite dessa quinta-feira (31). Em 2016, Felipe pediu a cassação do mandato do então deputado federal Jair Bolsonaro.
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O pedido de Santa Cruz decorreu da votação pelo impeachment de Dilma Rousseff (PT), em abril daquele ano, quando Bolsonaro homenageou o Coronel Carlos Brilhante Ustra, que comandava o DOI-Codi em São Paulo no período da ditadura militar. Felipe, que era presidente da OAB do Rio de Janeiro na época da votação, pediu a cassação do mandato do então deputado federal por "apologia à tortura".
Ele ainda afirmou que a imunidade parlamentar não poderia ser utilizada para "salvaguardar atitudes criminosas". Seu histórico familiar também teve peso sobre a decisão. O novo presidente da OAB é filho de Fernando Santa Cruz, militante de esquerda que desapareceu em março de 1974, ainda durante a ditadura.
De acordo com o livro " Memórias de Uma Guerra Suja ", o corpo de Fernando foi queimado na Usina de Cambahyba, na região de Campos, norte do Rio. Ele era líder estudantil, participou da Juventude Universitária Católica (JUC), movimento da Igreja reconhecido pela hierarquia eclesiástica, e depois integrou a Ação Popular (AP), uma organização de esquerda contrária ao regime.
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O histórico de desavenças de Felipe Santa Cruz com Bolsonaro começou em 2011 quando, numa palestra na Universidade Federal Fluminense, ele disse que seu pai "deve ter morrido bêbado em algum acidente de carnaval". Felipe também já o chamou de "fascista" em outra ocasião.
Conselheiro federal e ex-presidente da OAB-RJ, onde ficou por dois mandatos seguidos, Felipe irá substituir Cláudio Lamachia e comandará a entidade até 2022. O advogado é formado pela PUC-RJ (Pontifícia Universidade Católica do Rio de Janeiro) e mestre em direito e sociologia pela UFF (Universidade Federal Fluminense).
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Em seu discurso de posse na OAB , Felipe falou que a ordem atuará para proteger o direito de defesa no País e os que estão “frágeis”. Ele também afirmou querer defender o direito de minorias e daqueles que “não têm voz”.