O ex-senador e agora deputado federal Aécio Neves (PSDB-MG) foi vaiado por familiares e convidados de parlamentares na cerimônia de posse na Câmara dos Deputados, nesta sexta-feira (1ª). Os parlamentares estavam sendo chamados um a um para fazer o juramento.
Segundo relatos de quem acompanhava a cerimônia de posse, quando foi anunciado, Aécio Neves foi alvo de vaias, em geral vindas das galerias, onde estão os convidados. No entanto, alguns presentes afirmam que os protestos partiram também de outros deputados que estavam no plenário.
O hoje deputado costumava ser um dos nomes mais fortes do PSDB nacional, mas vem perdendo espaço no partido desde o escândalo da JBS. O político foi gravado por um dos proprietários da empresa, Joesley Batista, solicitando R$ 2 milhões à JBS para pagar advogados. Joesley definiu o pedido como propina. Já Aécio afirma ter pedido um empréstimo .
Com a divulgação da gravação, Aécio tornou-se um político isolado. Ele foi retirado da presidência do partido e seus pares temiam que sua imagem prejudicaria a eleição de Antonio Anastasia ao governo de Minas Gerais. Em 2018, em vez de tentar a reeleição para o Senado, Aécio elegeu-se deputado federal com pouco mais de 100 mil votos.
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Aécio tem no currículo dois mandatos como governador de Minas Gerais. Eleito em 2002, ele foi reeleito em 2006. Em 2010, renunciou para concorrer ao cargo de senador, no qual permaneceu por oito anos, entre 2011 e 2018. Nesse período, também chegou a presidir o PSDB.
O ex-senador ficou em segundo lugar na corrida presidencial de 2014, uma das mais acirradas dos últimos anos. O representante do PSDB recebeu 51 milhões de votos no segundo turno, mas perdeu para a então presidente Dilma Rousseff (PT), consolidando-se, àquele momento, como um dos maiores nomes da oposição.
O político mineiro é investigado em nove processos que tramitam no Supremo Tribunal Federal (STF). Aécio Neves é acusado por lavagem de dinheiro, corrupção passiva e ativa, obstrução de Justiça, participação em organização criminosa e difamação.