O deputado Wherles Fernandes da Rocha (PSDB-AC) entrou com uma representação no partido pedindo a expulsão do senador e deputado eleito Aécio Neves (MG). O pedido endereçado ao presidente do PSDB, Geraldo Alckmin, foi protocolado nesta quinta-feira (20) na Executiva Nacional da sigla e deverá seguir para o Conselho de Ética.
No pedido, Rocha alega quebra de decoro parlamentar por parte do senador. Mais cedo, Aécio Neves foi alvo da segunda fase da Operação Ross , da Polícia Federal, que cumpriu mandados de busca e apreensão em endereços ligados à família do tucano.
De acordo com as informações do jornal Estado de S.Paulo, o documento foi redigido antes mesmo da operação deflagrada nesta quinta. “Nós temos de preservar o PSDB , que está pagando uma conta muito alta por causa do desgaste do Aécio”, disse Rocha ao Estado. “Queremos que o partido se posicione: ou Aécio sai ou vamos ter uma debandada no PSDB. Mas achamos que quem tem de sair é ele, e não nós.”
Segundo a própria PF , a operação desta quinta-feira teve como objetivo apurar o recebimento de vantagens indevidas por parte do tucano, “solicitadas a um grande grupo empresarial do ramo frigorífico, entre os anos de 2014 e 2017”.
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Um dos mandados foi cumprido na casa da mãe de Aécio, Inês Maria Neves da Cunha. Outros dois foram cumpridos na residência do primo do senador, Frederico Pacheco, e em uma empresa de comunicação, que seria de Pacheco e da irmã de Aécio , Andrea Neves.
Atualmente, Aécio cumpre os seus últimos dias como parlamentar do Senado Federal. Porém, em 2019, assumirá uma vaga da Câmara dos Deputados, ao qual foi eleito em outubro.
A operação de investiga o atual senador é um desdobramento da Patmos, deflagrada pela PF em maio de 2017. Os valores investigados, que teriam sido utilizados também para a obtenção de apoio político, ultrapassam R$ 100 milhões.
Aécio Neves nega todas as acusações e têm chamado os delatores de “criminosos confessos”. Em seu último discurso como senador, no último dia 12 , o tucano disse que estava vivendo dias “extremamente difíceis” e admitiu ter cometido um “erro” ao aceitar ajuda de Joesley Batista. Na sua versão, houve ali uma “história armada” para incriminá-lo. “Mas eu não perco a minha fé”, afirmou Aécio, em discurso na tribuna.