O porta-voz da Presidência da República, Otávio Santana do Rêgo Barros, classificou a cirurgia do presidente Jair Bolsonaro (PSL) como uma "verdadeira obra de arte" decorrente de um "trabalho espetacular". O procedimento durou cerca de sete horas entre a manhã e a tarde desta segunda-feira (28), no Hospital Albert Einstein, em São Paulo.
A cirurgia para retirar a bolsa de colostomia foi o terceiro procedimento ao qual Bolsonaro foi submetido em razão da facada sofrida em setembro durante campanha em Juiz de Fora (MG). De acordo com o boletim médico do hospital [leia íntegra ao fim do texto], o presidente encontra-se "clinicamente estável, consciente e sem dor".
"A cirurgia foi conduzida de uma forma muito especial, de uma forma muito cuidadosa", disse o porta-voz do Planalto . "Particularmente porque o presidente possuía, em razão das duas outras cirurgias, uma quantidade muito grande de aderências. Essas aderências exigiram do corpo médico uma verdadeira obra de arte em relação à cirurgia", complementou Rêgo Barros, que manifestou ainda "satisfação" e "gratidão" aos profissionais do hospital paulista e expressou "otimismo" quanto à recuperação do presidente.
O porta-voz reafirmou que a previsão inicial é de que Bolsonaro tenha alta em dez dias, muito embora o acompanhamento de seu quadro clínico possa antecipar a liberação do presidente. O capitão da reserva do Exército ficará em descanso total pelas próximas 48 horas e, a partir de quarta-feira (30), ele já poderá despachar de gabinete improvisado na sede do hospital.
Aos 63 anos de idade, o presidente é acompanhado em São Paulo pela primeira-dama, Michelle Bolsonaro, e pelos filhos Carlos, Eduardo e Renan. Também vieram à capital paulista o ministro-chefe do Gabinete de Segurança Institucional (GSI), general Augusto Heleno, e servidores da equipe de segurança e da assessoria de comunicação.
A cirurgia desta segunda-feira estava prevista para durar cerca de três horas, mas foi bem mais longa que isso – ela teve início por volta das 8h30 e foi encerrada perto das 17h30. O porta-voz do Planalto explicou que o processo demorou mais porque esse foi o "prazo necessário para que a cirurgia fosse exitosa".
"Qualquer dificuldade futura foi muito mitigada a partir dessa capacidade da equipe médica de cuidar com muito cuidado os problemas. É o trabalho espetacular, o estado da arte que é o Albert Einstein, o estado da arte da equipe de médicos e a forma como o presidente foi tão bem recebido", concluiu o porta-voz da Presidência.
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Confira íntegra do 1º boletim médico sobre a cirurgia de Bolsonaro:
O excelentíssimo Presidente da República, Jair Bolsonaro , foi submetido, nesta manhã, à cirurgia de reconstrução do trânsito intestinal e extensa lise de aderências decorrentes das duas cirurgias anteriores. Foi realizada anastomose do íleo com o cólon transverso, que é a união do intestino delgado com o intestino grosso. O procedimento teve duração de 7 horas, ocorreu sem intercorrências e sem necessidade de transfusão de sangue. No momento, o paciente encontra-se, na Unidade de Terapia Intensiva, clinicamente estável, consciente, sem dor, recebendo medidas de suporte clínico, prevenção de infecção e de trombose venosa profunda.