Depois de ter o seu nome registrado em relatório do Conselho de Controle de Atividades Financeiras que investiga práticas criminosas dentro da Assembleia Legislativa do Rio de Janeiro (Alerj), o ex-motorista de Flávio Bolsonaro, Fabrício Queiroz, foi aguardado para prestar depoimento no Ministério Público do Rio nesta sexta-feira (21), mas assim como aconteceu dois dias atrás, não compareceu alegando problemas de saúde.
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"O advogado do investigado Fabrício Queiroz compareceu à sede do MPRJ, nesta sexta-feira (21/12), às 14h, para informar que seu cliente 'precisou ser internado na data de hoje, para realização de um procedimento invasivo com anestesia, o que será devidamente comprovado, posteriormente, através dos respectivos laudos médicos'. A defesa se comprometeu a apresentar os referidos laudos até o dia 28/12", diz nota oficial do MP.
É a segunda vez que Queiroz é convocado para a oitiva. Na última quarta-feira (19) ele alegou "inesperada crise de saúde" e não compareceu ao depoimento e sua defesa conseguiu adiar para esta sexta.
O nome do ex-motorista apareceu em relatório do Coaf , que integrou a investigação da Operação Furna da Onça, desdobramento da Operação Lava Jato no Rio de Janeiro.
Segundo as informações da investigação, Queiroz movimentou R$ 1,2 milhão em uma conta bancária durante um ano, quando recebia salário de R$ 23 mil por mês. As transações foram consideradas atípicas e passaram a ser investigadas.
Segundo o relatório, o ex-assessor repassou R$ 24 mil a Michelle Bolsonaro, futura primeira-dama. Jair Bolsonaro, presidente eleito, justificou que era a quitação de um empréstimo de R$ 40 mil feito por ele a Queiroz, que foi exonerado do gabinete de Flávio em outubro deste ano. Além de motorista, o investigado também tinha vínculo com a Polícia Militar.
As descobertas do Coaf são consideradas como o primeiro ‘incômodo’ ao próximo governo. Por isso, a família Bolsonaro já deu declarações de que também torcem para que o caso seja esclarecido o mais rápido possível.
De acordo com o presidente eleito, Fabrício Queiroz utilizou a conta da futura primeira-dama para receber o dinheiro "por questão de mobilidade", já que Jair Bolsonaro alegou que tem pouco tempo para ir ao banco em razão da rotina de trabalho. Flávio, que é deputado estadual pelo Rio, por sua vez, afirma que não fez "nada de errado" e que espera que o caso seja esclarecido.