O futuro ministro do Meio Ambiente de Jair Bolsonaro (PSL) Ricardo de Aquino Salles disse nesta segunda-feira (10) que não há dados suficientes para analisar o desmatamento no país. O ex-secretário estadual do Meio Ambiente de São Paulo afirmou que há "um percentual geral, mas não tem qualificação do que é esse desmatamento".
Para o futuro ministro do Meio Ambiente o “primeiro passo” é ter mais dados para identificar os ‘tipos’ de desmatamento. "Ele acontece aonde, quem são os principais agentes desse desmatamento e sob quais condições? Digo isso porque os dados são muito genéricos", disse durante uma entrevista para a rádio CBN.
"Você tem a informação do desmatamento, da diminuição da cobertura vegetal, mas você não sabe se ela é ilegal ou não. Se ela for legal, porque você vai coibir o que é legal? Por outro lado, se for ilegal, nós temos que agir firmemente, mas somente naqueles locais onde há desmatamento ilegal", explicou Salles.
Segundo o futuro ministro, não é possível emitir opinião acerca do tema. "Nós não sabemos se o desmatamento está acontecendo em área de conservação e propriedade indígena, dentro de propriedade privada. Se o percentual é maior ou menor do que dentro da reserva legal", disse. "Como você pode emitir uma opinião sobre alguma coisa sem ter dados?"
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Salles disse ainda que não existe uma resolução do presidente eleito Jair Bolsonaro em deixar o Acordo de Paris , mas sim de não se comprometer com um alinhamento automático com o documento que possa prejudicar a soberania do país.
De acordo com o ministro de Bolsonaro , o Acordo de Paris"não é necessariamente negativo", mas que deve haver cuidado "para não permitir que a soberania do país seja afetada por decisões externas". Ele aponta ainda que há benefícios, como a possibilidade de compensações financeiras "tanto da energia renovável de produtos, quanto da manutenção do meio ambiente".
Questionado sobre o projeto de lei 6.299, conhecido como 'PL do Veneno', que propõem mudanças nos critérios de aprovação da produção de agrotóxicos, Salles disse que a nomenclatura criada é uma "injustiça tremenda" e que "é preciso agilizar o processo de aprovação".
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Para o futuro ministro do Meio Ambiente , o nome ao projeto é injusto porque "é graças a defensivos agrícolas que nós conseguimos ter uma produção em larga escala". Sobre a participação do Ministério do Meio Ambiente e o Ministério da Saúde na decisão, afirmou que a análise deve ser integrada entre os ministérios, para evitar "processos de aprovação morosos e ineficientes", e para acabar com as "reavalições".