Com a prisão do governador do Rio de Janeiro, Luiz Fernando Pezão (MDB), nesta quinta-feira (29), quatro dos últimos cinco governadores eleitos no estado estão ou já foram presos. Antes dele, Sérgio Cabral (MDB), Anthony Garotinho (PRP) e Rosinha Garotinho (PR) foram presos – todos, porém, quando já não estavam mais em exercício do cargo. A única exceção é Wilson Witzel (PSC), o futuro governador do Rio, que assume o cargo no ano que vem.
Pezão foi levado preso às 7h30 desta quinta, do Palácio Laranjeiras para o prédio da Polícia Federal (PF), no centro do Rio de Janeiro. Os agentes da PF chegaram ao palácio por volta das 6h, mas o governador pediu e conseguiu até tomar o seu café da manhã antes de ser levado pelos policiais.
Além dos mandados cumpridos na residência oficial do governador, a PF também cumpriu mandados de busca e apreensão no Palácio Guanabara e na residência do governador do estado, localizada no município de Piraí.
A operação desta quinta-feira é chamada de Boca de Lobo. De acordo com o Ministério Público Federal (MPF), o governador recebeu cerca de R$ 25 milhões entre 2007 e 2015. Em valores atualizados, seriam R$ 39 milhões. “Valor absolutamente incompatível com o patrimônio do emedebista declarado à Receita Federal”, disse o MPF.
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O dinheiro teria saído de empreiteiras e de empresas fornecedoras do governo. Além do governador do Rio , outras oito pessoas tiveram prisão preventiva decretada e 30 mandados de prisão estão sendo cumpridos. Entre elas, José Iran Peixoto Junior, secretário de Obras. Pezão foi secretário de Obras no governo de Sérgio Cabral , que se encontra preso.
A prisão de hoje é decorrente da delação premiada de Carlos Miranda, operador financeiro de Sergio Cabral, e que, após dois anos detido em Benfica, passou ao regime de prisão domiciliar na semana passada. Segundo Miranda, o governador recebia uma mesada de R$ 150 mil mensais (em espécie), 13º salário e dois bônus de R$ 1 milhão.
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Além do governador Pezão e dos ex-governadores, também foram presos no Rio todos os presidentes que assumiram a Assembleia Legislativa, de 1995 a 2017, 10 dos 70 deputados estaduais, cinco dos seis conselheiros do Tribunal de Contas do Estado e o Procurador-Geral do Ministério Público Estadual.
* Com informações da Agência Brasil.